A Seleção Brasileira iniciou oficialmente a busca, dentro e fora do país, pelo substituto de Tite, que nesta terça-feira assinou sua rescisão como técnico da Seleção, que comandou nas Copas do Mundo da Rússia-2018 e Catar-2022.
“A busca vai começar agora, só depois de formalizada a saída de Tite”, disse Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em coletiva de imprensa na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
“Queremos que seja um treinador de respeito e que possa dar um padrão de jogo, que seja condizente com os atletas. Fazer o que o Brasil sempre procurou fazer, que seja bem ofensivo”, acrescentou.
O dirigente afirmou que a substituição do agora ex-técnico, que está no cargo desde junho de 2016 e cuja saída abriu uma cobiçada vaga no futebol mundial, deve ser finalizada até março.
“Será que define até 31 de janeiro? Pode ser que tenhamos. Estamos começando o trabalho a partir de agora”, afirmou.
Tite, de 61 anos, informou desde fevereiro de 2022 que não continuaria comandando a seleção pentacampeã após a Copa do Mundo do Catar, quando seu contrato se encerrava.
Junto com o técnico, que já disse que quer seguir carreira na Europa após uma pausa, saem os auxiliares técnicos César Sampaio, Cléber Xavier e Matheus Bachi, filho do treinador.
O coordenador da seleção, o ex-jogador Juninho Paulista, também deixará o cargo, informou Rodrigues.
– Estrangeiro ou brasileiro? –
O presidente garantiu que até agora não procurou possíveis candidatos, embora tenha reconhecido, sem dar pistas, que alguns dos nomes veiculados na imprensa local e internacional o animam.
“Até o final do ano passado eu acho que eu ouvi serem citados 26 nomes. Alguns daqueles nomes que vocês (jornalistas) colocaram ali, vamos trabalhar em cima deles”, afirmou.
O leque de possíveis substitutos para o cargo de Tite inclui treinadores pesos pesados, como os espanhóis Pep Guardiola e Luis Enrique, o italiano Carlo Ancelotti e o francês Zinedine Zidane.
Há também brasileiros como Dorival Júnior, Fernando Diniz, Mano Menezes e Renato Portaluppi, e portugueses com laços estreitos com o Brasil como Abel Ferreira e Jorge Jesus.
“Não temos assim nenhum decreto que tem que ser só um treinador estrangeiro ou brasileiro, não temos o preconceito da nacionalidade”, garantiu Rodrigues.
A escolha de um estrangeiro para o cargo divide a torcida brasileira: 48% são contra e 41% são favoráveis, segundo pesquisa do Instituto Datafolha realizada em dezembro.
Apenas três estrangeiros passaram pelo banco dos pentacampeões, todos e forma fugaz e circunstancial: o uruguaio Ramón Platero (1925), o português Jorge Gomes de Lima, junto com o brasileiro Flávio Costa (1944), e o argentino Filpo Núñez (1965).
– Futebol ofensivo –
Rodrigues garantiu que o novo treinador deverá optar por jogar “de maneira ofensiva”, seguindo o estilo que, segundo ele, fez conquistar cinco títulos mundiais (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002) sempre com um brasileiro no comando.
“A gente sabe que quando conseguir empatar com a questão tática dos europeus, o Brasil sempre será vencedor por causa de talentos, de individualidades”, indicou.
Apesar de ter sido eliminado nas quartas de final nos dois Mundiais que disputou, Tite teve bons números no comando da Seleção, cuja continuidade no futebol internacional é desconhecida após o revés no Catar: 60 vitórias, 15 empates e seis derrotas em 81 jogos.
A seleção brasileira sucumbiu diante dos europeus, prolongando o jejum do Brasil em Copas: perdeu por 2 a 1 para a Bélgica na Rússia e nos pênaltis por 4 a 2 para a Croácia (após empate em 1 a 1) no Catar, onde chegou como um dos grandes favoritos.
Tite conquistou a Copa América disputada no Brasil em 2019, embora tenha perdido, também no Maracanã, a de 2021 para a Argentina de Lionel Messi, que também foi campeão mundial no Catar.
“Quero agradecer aos atletas, aos funcionários, a vocês da imprensa, com quem pode ter havido divergências de opinião, mas sempre houve respeito”, disse o técnico nesta terça-feira em declarações divulgadas pelo portal Globo Esporte após assinar a rescisão.
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Fonte: Folha PE
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