Secretaria de Saúde do Recife será piloto na implantação de estratégia para aprimoramento de detecção e resposta às emergências em saúde pública

Na última quarta-feira (17), a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, participou de um encontro sobre a aplicação das métricas 7-1-7 para detecção, notificação e respostas às emergências em saúde pública na capital pernambucana. O evento, que aconteceu no auditório da IPEMED – Pós-graduação em Medicina, em Boa Viagem, foi realizado pela Vital Strategies e conduzido pelo epidemiologista e ex-secretário Nacional de Vigilância em Saúde e atual Secretário de Saúde do Supremo Tribunal Federal, Wanderson Oliveira. O Recife é o único município do Brasil a participar do estudo.

As emergências de saúde pública podem gerar impactos locais, nacionais e até mundiais, a exemplo da covid-19 e da recente Monkeypox. Identificar a possibilidade de surtos epidêmicos e gerar respostas rápidas para um melhor controle é um desafio para os gestores na Saúde. Por esse motivo, foi elaborada a proposta da “métrica 7-1-7”, discutida no encontro, que ainda teve a participação de representantes das Secretarias Executivas de Vigilância em Saúde (Sevs), de Planejamento, Monitoramentos e Articulação Distrital (Sepmad), Regulação, Média e Alta Complexidade (Sermac) e de Atenção Básica (Seab), além da Secretaria de Saúde do Estado (SES)

A parceria entre a Vital Strategies (organização global composta por especialistas e pesquisadores que trabalham com governos e outras organizações para enfrentar alguns dos desafios mundiais para a saúde) e a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife, com o apoio da SES, tem como objetivo aplicar a métrica na capital, único município brasileiro piloto, o que possibilitará o aprimoramento da medida enquanto instrumento de preparação de respostas para emergências de saúde pública. E, a partir disso, levar para outros municípios, estados e países.

“Esse estudo irá auxiliar para entendermos como serão feitas nossas próximas respostas na Saúde. É fundamental essa troca e colaboração entre as secretarias municipal e estadual para que possamos construir juntos e compartilhar experiências visando sempre um maior controle epidemiológico”, complementa Luciana Albuquerque.

Com a métrica, a detecção é um elemento muito importante, e ao mesmo tempo desafiador, pois está relacionado ao momento em que os profissionais da saúde entendem determinada situação como um potencial surto. A partir disso, eles também podem realizar uma retrospectiva para identificar se previamente os sintomas ou quadros já estavam acontecendo; depois, a notificação é feita para os órgãos competentes e a partir daí uma resposta começa a ser traçada para avaliação e acompanhamento com um plano de ação imediata. 

“A métrica estipula que surtos devem ser identificados em sete dias, notificados às autoridades em um dia e o início da resposta seja praticado em mais sete dias. Essa estratégia contribui para o controle e avaliação de desempenho dos trabalhos de vigilância epidemiológica”, explica Wanderson Oliveira.

OUTUBRO – Após as explanações sobre a métrica e os impactos positivos para o controle de surtos epidêmicos, foram traçados para o Recife novos objetivos para dar continuidade aos estudos com a Vital Strategies. Em outubro, a partir de reuniões periódicas que serão realizadas, os profissionais envolvidos no evento irão realizar a aplicação da Métrica 7-1-7, tendo como estudo de caso 10 eventos de saúde ocorridos entre janeiro e julho de 2022.

Para realizar esse diagnóstico, os eventos devem obedecer alguns critérios como ser uma doença transmissível, ter casos humanos identificados e ter importância na mídia. A partir disso, os resultados serão construídos visando a publicação de um relatório e/ou documentos que possam contribuir para dar continuidade aos estudos e identificar quais são os gargalos dos processos e o que contribuiu para o resultado.