São soluções inovadoras voltadas para saúde, infraestrutura, esporte e bem-estar. A Prefeitura poderá investir até R$ 4,2 milhões para produção em escala e com a possibilidade de implementação em toda a cidade. Na ocasião, o decreto que institui a Política Municipal de Inovação Aberta foi assinado pelo prefeito João Campos (Foto: Rodolfo Loepert/PCR)
Uso da tecnologia para soluções de desafios que os recifenses enfrentam, melhorando o serviço público ofertado, como, por exemplo, pela diminuição do tempo de espera para realização de consultas e exames médicos. Com ferramentas digitais voltadas para esporte, bem-estar, saúde, infraestrutura e desenvolvimento social,a Prefeitura do Recife começou a apresentar nesta quarta-feira (03) os seis projetos vencedores do 1º Ciclo de Inovação Aberta. As apresentações seguem com mais três escolhidas nesta quinta-feira (04), no mesmo local, auditório da Livraria Jaqueira (Bairro do Recife), a partir das 14h, Após validação, o investimento total será de até R$ 4,2 milhões para produção em escala. O prefeito do Recife, João Campos, esteve presente e assinou o decreto que institui a Política Municipal de Inovação Aberta.
A partir desta sexta-feira (5), as soluções propostas pelas startups começam a ser colocadas em prática em um ambiente reduzido durante dois meses. Com a evolução das ações, após validação, os produtos serão acelerados e ampliados para demais regiões da cidade. “O Brasil inteiro tá vindo olhar esse Ciclo de Inovação que o Recife está fazendo, porque aqui a gente já enxerga os resultados que vai entregar, sobretudo em uma cidade do tamanho do Recife, e poder traduzir isso na agenda prática da cidade. Seis projetos iniciais e com a crença muito grande de que esse vai ser um caminho que vai crescer a cada dia. Primeiro a responsabilidade de fazer isso, segundo o reconhecimento de que os problemas da cidade não podem ser objetos de trabalho apenas da Prefeitura. A Prefeitura não deve ter nenhum constrangimento de compartilhar o problema da cidade e de chamar quem topa dar uma solução para ele. O futuro da gestão pública, o futuro de qualquer ecossistema de gestão, passa por isso, não é só público, mas privado também”, declarou o prefeito João Campos.
Recife é a primeira cidade do Brasil a assinar seis contratos de inovação aberta e soluções tecnológicas com startups, tudo isso com copropriedade intelectual e apoio às soluções estratégicas. Os três projetos vencedores apresentados nesta quarta-feira (3) contemplam soluções tecnológicas na área da saúde. No desafio de “Como podemos aperfeiçoar a qualidade dos encaminhamentos realizados pelos profissionais de saúde? venceram as startups Integra.ai e L.I.A.H. Elas propuseram soluções para o desafio de diminuir o tempo de espera em filas para consultas, exames e procedimentos regulados no SUS. Com as soluções propostas colocadas em prática, as duas startups, que estão na fase final, ainda vão competir entre si, para descobrir qual das soluções funciona no dia a dia das unidades de saúde e de quem precisa marcar consulta e exame.
Paula Torres, que faz parte da startup Integra.ai, destaca a participação no 1º Ciclo de Inovação Aberta do Recife. “A experiência está sendo incrível. Desde o início do processo lá em novembro do ano passado até o dia de hoje. A gente tem acompanhamento semanal com o pessoal da Secretaria de Transformação Digital e da Emprel, com esse apoio, essa comunicação gratuita com os profissionais, a gente consegue entender de perto quais são as dores de fato de quem tá lá na ponta do atendimento ao cidadão. Quando a gente organiza processos na Atenção Básica a gente tá entregando uma melhoria em cadeia para as pessoas de uma forma geral”. Ainda nesta quarta-feira (3), a startup Absens apresentou a solução para o desafio de “Como podemos reduzir o índice de abstenção dos pacientes no comparecimento aos exames e consultas reguladas?”.
Após a conclusão das apresentações nesta quinta-feira, cada vencedor testará seus protótipos, em escala reduzida, tendo como cenário a cidade do Recife, como algumas unidades de saúde e o parque da Macaxeira, por exemplo. Posteriormente, cada um deles será reavaliado, com a possibilidade de ter sua ideia contratada pela Prefeitura para a produção em escala maior. As possíveis contratações serão realizadas por meio dos Contratos Públicos de Solução de Inovação, que são viabilizados graças ao Marco Legal das Startups (Lei Complementar nº 182, de 1º de junho de 2021), que permite contratações públicas voltadas para soluções tecnológicas com menos burocracia, com mais agilidade e com segurança jurídica para contratada e contratante.
“Tivemos a oportunidade de ver hoje soluções incríveis, soluções para desburocratizar o acesso à saúde pública, de como ver o Recife enfrentar a fome, e de como os recifenses podem cuidar do bem-estar. O Recife é a primeira capital a implementar o Marco Legal das Startups na prática. Uma grande mudança no jeito de se fazer contratação pública”, pontuou o diretor de tecnologia do Recife e vice-presidente da Emprel, Rafael Figueiredo.
Política Municipal de Inovação Aberta – Com o decreto que institui a Política Municipal de Inovação Aberta, assinado hoje, a capital pernambucana passa a contar com um instrumento legal que norteará o fomento de novos processos colaborativos de inovação, como é o caso dos projetos que participaram dos desafios dos 1º Ciclo de Inovação Aberta.
Assim, a Política de Inovação Aberta do Recife busca estabelecer uma interlocução direta entre o Executivo Municipal com os cidadãos, com as instituições de ensino e pesquisa, com o setor produtivo, institutos de ciência e tecnologia, organizações da sociedade civil e outras organizações governamentais. Tudo isso com foco em soluções que tenham relevância pública e que venham a somar com uma cidade inteligente e sustentável, facilitando a interlocução entre a cidade e as pessoas.