Se não há unidade no PT estadual em torno do nome de Marília Arraes para disputar o Senado na chapa da Frente Popular, também não há, até o momento, em torno de outro nome, considerando os demais ventilados: Teresa Leitão, Carlos Veras e Odacy Amorim.
O próprio grupo de Marília não apoia Carlos Veras, por exemplo, tido como uma alternativa que agradaria o senador Humberto Costa. O detalhe é que, mesmo no PSB, se reconhece que a deputada federal é o nome de maior apelo eleitoral, variável que pesa internamente, inclusive, porque ela figura como puxadora de votos na corrida pela Câmara Federal.
No entanto, há de haver harmonia interna para que ela se mantenha na legenda sem que um mal-estar se instale. Em outras palavras, ela foi a segunda deputada mais votada no Estado em 2018 e única mulher dos 25 federais eleitos naquele ano, com 193.108 votos, e isso, naturalmente, incrementa a capacidade da legenda de eleger quadros proporcionais, sobretudo numa eleição sem coligação.
Petistas apostam que, este ano, ela tende a passar dos 200 mil votos e têm consciência de que isso tem uma importância. Esse potencial eleitoral, entretanto, leva o grupo da deputada a avaliar que o nome dela deve ser considerado para a Casa Alta sob pena de haver reação, caso outro nome de menor potencial eleitoral seja escolhido.
Nas rodas de conversa, se fala que a hipótese de ela ser preterida nessa negociação só caberia se o PT, de fato, abrisse mão da vaga do Senado, único argumento que geraria sentimento de conformação no conjunto que defende o nome dela atualmente para a composição majoritária.
Em paralelo a essa construção, há uma ala na sigla alertando para a posição adotada pelo ex-presidente Lula. Há quem avalie que não se envolver nesse debate do Senado em Pernambuco, como ele se comprometeu a fazer, seria um comportamento de quem não teria interesse tão latente assim, exatamente, nesse espaço.
Como a coluna antecipara, Lula e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, se comprometeram, mediante solicitação do senador Humberto Costa, a não interferirem na escolha do PT-PE. O trato foi feito em São Paulo na mesma conversa na qual ficou sacramentado que Humberto estava abrindo mão de encabeçar uma chapa na corrida pelo Governo do Estado.
A questão, agora, dizem petistas, é que, se não há unidade em torno do nome de Marília, não há também em torno dos demais, o que poderia levar o PT a acabar negociando um espaço que não lançasse tanta lenha na fogueira interna, de forma a não dar motivos a uma indisposição com Marília ou levá-la a sair da legenda.
Raquel age e Danilo…
A Oposição ainda nem bateu o martelo ainda em quais serão seus candidatos ao Governo do Estado, mas uma iniciativa da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, de utilizar imagens de Eduardo Campos nas inserções partidárias do PSDB já gerou reação de Danilo Cabral, que encabeçará a chapa da Frente Popular.
…reage > Em suas redes sociais, ele cuidou de estampar uma coletânea de imagens ao lado do ex-governador em sinal de que seu palanque é que terá legitimidade para usar registros de Eduardo Campos na campanha.
Na paz > A declaração de apoio do PCdoB a Fernando Haddad em São Paulo tem mais a ver com Márcio França já ter sinalizado, internamente, que não brigará com o PT do que com um indicativo de que o PSB não vai fazer federação com o PT. Comunistas têm dito que fecharam apoio ao petista para não perderem o timing.
Nuvem > Para esta semana, no entanto, a temperatura no PSB é mesmo de não federar, dizem fontes da sigla. “Mas toda semana muda”, assinala um graduado socialista.
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo
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