Documento reúne frases, expressões e depoimentos que mostram situações de discriminação pela idade. O glossário será mostrado ao público na Biblioteca da UFRPE, localizada no bairro de Dois Irmãos, nesta terça-feira (3), às 14h. (Foto: Arquivo/PCR)
O Dia Internacional da Pessoa Idosa foi celebrado no último domingo (1º), mas as ações promovidas pela Prefeitura do Recife, que começaram na semana passada, prosseguem nesta terça-feira (3). A Secretaria Executiva de Direitos Humanos, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), divulgam, às 14h, o Glossário Coletivo de Enfrentamento ao Idadismo. O documento reúne, de forma colaborativa, textos idadistas que mostram o preconceito pela idade, enraizado no imaginário social e que afeta a saúde mental e física das pessoas idosas. O glossário será apresentado ao público na Biblioteca Setorial da UFRPE, localizada no bairro de Dois Irmãos.
A idealizadora do documento, Sandra Gomes, estará presente no evento, cujo acesso é gratuito e não precisa de inscrição para participar. A edição foi produzida pela Longevida-Consultoria na Área do Envelhecimento, com sede em São Paulo, e relaciona frases, expressões e depoimentos de representantes das cinco regiões brasileiras – Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
O Glossário procura cumprir seu papel de dar voz e estimular o protagonismo da pessoa idosa em toda a sua diversidade (negros, LGBTQIA , pessoa com deficiência e outras) presente em diferentes localidades do país.
Cacilda Medeiros, gerente da Pessoa Idosa do Recife, destaca que o Glossário Coletivo de Enfrentamento ao Idadismo é uma ferramenta educativa para sensibilizar a sociedade e o preconceito em relação à idade precisa ser combatido. “Muitas pessoas nem sabem que o idadismo é uma forma de preconceito quando empregado para categorizar e dividir as pessoas por atributos que causam danos, desvantagens e injustiças”, explica.
Nesta edição do Glossário, organizadores procuraram ouvir as pessoas idosas para conhecer as diferentes formas de a nossa língua expressar o preconceito ancorado em vários estereótipos: improdutividade, dificuldade de aprendizagem e incapacidade, além de aspectos em relação à interseccionalidade, a exemplo de gênero, raça, classe, religião, deficiência, entre outras.
“Infelizmente, algumas palavras e expressões ainda não são percebidas e classificadas como preconceituosas pela população, em especial pelo público idoso e para combater o idadismo, é essencial identificá-lo e perceber como ele se expressa”, destaca Cacilda. “O Glossário é uma importante contribuição por levar a consciência de nossa linguagem idadista e através dela mudar como pensamos, sentimos e agimos com relação à idade e ao envelhecimento”, acrescenta a gestora.
Com a colaboração técnica da professora Nayana Pinheiro, o Glossário foi reeditado pela UFRPE. “O Glossário tem o intuito de conscientizar sobre expressões idadistas, bem como combatê-las. Para a universidade, é mais uma oportunidade de educar os seus diversos sujeitos sobre a importância da valorização e respeito aos mais velhos, para além de ser um documento de formação e combate a esse tipo de violência”, salienta a professora, que é coordenadora do Núcleo do Envelhecimento, Velhice e Idosos (Nevi UFRPE).