Viveiros clandestinos de camarão localizados no Parque dos Manguezais, na zona sul da cidade, foram desativados na manhã desta quinta-feira (11) (Foto: Divulgação/SMAS)
A Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS) e da Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secon), desativou, nesta quinta-feira (11), três viveiros clandestinos de camarão nas proximidades do Parque dos Manguezais, na Zona Sul. A ação contou com a participação da Marinha do Brasil, Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Brigada Ambiental e Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb). Para recuperar as áreas atingidas pela prática ilegal foram plantadas 1,5 mil mudas no mangue – numa parceria entre o poder público e a sociedade civil, representadas pela Associação de Pescadores e Aquicultores das Comunidades Tradicionais do Recife (APA) e do Recapibaribe para a conservação e preservação dessas áreas.
No início da manhã foram retirados os taludes e comportas usados para represar a água e formar os lagos dos criatórios, o que vai permitir o restabelecimento do fluxo da maré e, com isso, a recuperação do bioma. A prática da criação irregular do crustáceo fere a legislação ambiental federal e, por obstruir o curso natural das águas, também influencia na drenagem da cidade.
Das quatro espécies que são encontradas no manguezal pernambucano, foram utilizadas no plantio as três: o mangue branco (Laguncularia racemosa), mangue vermelho (Rhizophora mangle) e o mangue preto (avicennia schaueriana). A equipe técnica da SMAS utilizou o método do Plantio Direto – que promove o restabelecimento do ecossistema de forma acelerada e induzida, facilitando a recuperação de suas características naturais. Além disso, a equipe ficará responsável pelo monitoramento do plantio para acompanhar a sua evolução.
“Os manguezais são usados como berçários pela maioria das espécies da vida marinha. Se não tem mangue, não tem pesca, e muitas pessoas sobrevivem disso, por isso precisamos manter os manguezais vivos. E, em parceria com outros órgãos e a comunidade, iremos potencializar o nosso trabalho para valorizar o mangue e sensibilizar as pessoas quanto à importância desse ecossistema”, disse o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Oscar Barreto.
“Ordenar o ambiente urbano também é uma questão ambiental. Com ações como essa, além de estarmos contribuindo para a recuperação do mangue, estamos fazendo com que o fluxo normal da maré minimize alagamentos, especialmente no período chuvoso”, explica a Secretária Executiva de Controle Urbano, Marta Lima.