- Author, Malu Cursino
- Role, BBC News
Um dos felinos mais raros do mundo, o lince ibérico, já não está mais classificado como ameaçado de extinção, de acordo com um relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Nesta quinta-feira (20/6), a UICN, que categoriza as espécies de acordo com o nível de risco que enfrentam numa “lista vermelha”, mudou o lince ibérico de “em perigo” para “vulnerável”, após um aumento significativo nos números.
A população da espécie cresceu de 62 indivíduos adultos em 2001 para 648 em 2022. Os linces jovens e adultos juntos têm agora uma população estimada em mais de 2.000, segundo a UICN.
Como o nome sugere, a espécie de felino selvagem tem a região ibérica – Espanha e Portugal – como seu lar.
De acordo com os dados do último censo, havia um total de 14 aglomerados onde os animais viviam estáveis e em reprodução. Destes, 13 estavam localizados na Espanha e um em Portugal.
O gato selvagem era comum em toda a Península Ibérica, mas a partir da década de 1960 o seu número despencou.
Agora, o felino está voltando.
O aumento deve-se, em grande parte, aos esforços de conservação que têm sido feitos centrados no aumento da abundância da sua principal fonte alimentar: o também ameaçado coelho selvagem, conhecido como coelho europeu.
Os programas para libertar centenas de linces em cativeiro e restaurar matagais e florestas também desempenharam um papel importante para garantir que o lince não esteja mais ameaçado.
Francisco Javier Salcedo Ortiz, coordenador responsável por liderar a ação de conservação, descreveu-a como “a maior recuperação de uma espécie de felino já alcançada através da conservação”.
Ortiz disse que ainda há “muito trabalho a fazer” para garantir que os animais sobrevivam e que a espécie possa se recuperar.
“Olhando para o futuro, existem planos para reintroduzir o lince ibérico em novos locais no centro e norte de Espanha”, acrescentou.
A área que a espécie ocupa agora é muito maior, segundo a UICN, subindo de 449 km², em 2005, para os 3.320 km² atuais.
Mas a agência de conservação alertou contra a complacência, pois afirmou que os ganhos alcançados podem ser revertidos. As ameaças incluem doenças transmitidas por gatos domésticos e dos coelhos selvagens dos quais se alimentam, assim como a caça furtiva e atropelamentos.
Estabelecida em 1964, a lista vermelha de espécies ameaçadas da UICN evoluiu para se tornar a fonte de informação mais abrangente do mundo sobre o estado de conservação de espécies animais, fungos e plantas.
Fonte: BBC
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