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Legenda da foto, Superlua em Londres, Reino Unido, alaranjada por conta da poluição

Uma “superlua cheia” estará iluminando o céu até a madrugada de quarta-feira (21/8).

Nesta segunda (19/8), o satélite natural da Terra estará cheio a partir das 15h26 (horário de Brasília), mas só estará visível a olho nu a partir do pôr do sol.

De acordo com algumas definições não científicas que se popularizaram entre entusiastas da astronomia, esta também poderia ser uma “Lua azul”.

“Essas são algumas fusões de definições para tornar algo banal em algo extraordinário. Não é um assunto realmente astronômico, mas algo cultural”, explica Naelton Araújo, astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro.

Mas vamos entender os conceitos:

O que é uma ‘superlua’?

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Legenda da foto, Superlua vista em Istambul, na Turquia

Esta Lua cheia também é considerada uma “superlua”.

Uma superlua ocorre quando a Lua cheia coincide com o momento em que a Lua está no ponto mais próximo da Terra em sua órbita – o perigeu.

“A Lua não gira numa órbita perfeitamente circular. Ela se afasta e se aproxima um pouco da Terra”, diz Araújo.

Quando está mais próxima, ela pode parecer um pouco mais brilhante e maior no céu noturno.

Crédito, Nasa

Esta é a primeira de quatro superluas deste ano.

As Luas cheias de setembro, outubro e novembro também serão superluas.

De acordo com o site da Nasa, o termo “superlua” foi criado pelo astrólogo Richard Nolle em 1979 para se referir a uma lua nova ou cheia que ocorre quando a Lua está a 90% ou menos de sua aproximação máxima da Terra.

“Como não podemos ver as Luas novas, o que chamou a atenção do público foram as superluas cheias, que são as Luas cheias maiores e mais brilhantes do anos”, escreve o astrônomo Gordon Johnston.

‘Lua azul’

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Legenda da foto, Lua avermelhada sobre ponte em Vigo, na Espanha

A superlua cheia desta segunda também pode ser chamada de “azul”, mas isso não tem a ver com a sua cor.

Em geral, esta é apenas uma denominação quando temos uma Lua cheia extra no mês.

Como o ciclo lunar é de 29,5 dias, eventualmente ele fica fora de sincronia com o nosso calendário, onde normalmente temos uma Lua cheia por mês.

Então, Luas azuis são mais comumente definidas quando temos uma Lua cheia extra, a 13ª do ano.

Então, a segunda Lua cheia em um mês se torna a Lua azul.

Mas não é isso que está acontecendo nesta segunda-feira.

De acordo com a BBC Weather, o serviço de metereologia da BBC, esta “Lua azul” vem de uma definição alternativa, mais tradicional no Reino Unido, em que o ciclo lunar resulta em quatro, e não três, Luas cheias por estação.

Assim, onde normalmente teríamos três Luas cheias por estação, se houver quatro, a terceira Lua cheia recebe o status de Lua azul.

Como Luas azuis não são tão comuns, acredita-se que seja daí que venha a expressão em inglês once in a blue moon ( uma vez na Lua azul, em português), que se refere a algo que não ocorre sempe.

Naelton Araújo, do Planetário do Rio, explica que a única possibilidade de a Lua ficar azul de fato é caso haja na atmosfera poluição decorrente de algum incêndio específico.

Nesta segunda, a Lua pode aparecer alaranjada em algumas cidades do Brasil, como Porto Velho, Manaus e Porto Alegre, que têm recebido fumaça de incêndios na Amazônia e no Pantanal.

Isso também tem ocorrido no Reino Unido. No domingo (18/8), ela também ficou em tom avermelhado por causa da fumaça de incêndios florestais na América do Norte que estava na atmosfera acima do país.

As partículas de fumaça fazem com que a luz que passa pela atmosfera se espalhe de tal maneira que as cores laranja e vermelha do espectro se tornem mais visíveis do que o normal.

Crédito, BBC Weather Watchers / Wrightsaycheese

Legenda da foto, Northumberland, Reino Unido

Crédito, BBC Weather Watchers / Farmer Tom

Legenda da foto, Em North Yorkshire, Reino Unido