22/07/2022 – A Vara Única da Comarca de Cupira acolheu parcialmente os pedidos do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e condenou 16 homens integrantes de uma organização criminosa responsável pela prática de homicídios, tráfico de drogas, roubos e comércio ilegal de armas em Cupira e cidades vizinhas. Os réus encontram-se detidos desde dezembro de 2017, quando foram alvos da primeira fase da Operação Tocandira.
Por meio da expedição da sentença condenatória, o Poder Judiciário delimitou as práticas criminais cometidas e as sentenças de cada um dos réus (detalhamento no final da matéria), conforme suas participações dentro da organização criminosa.
O trabalho investigativo conjunto conduzido pelo MPPE e pela Polícia Civil de Pernambuco teve início, segundo apontam os autos, com o intuito de reprimir a atuação dos criminosos responsáveis por uma série de homicídios em Cupira, Altinho, Agrestina, Panelas, Lagoa dos Gatos e Caruaru entre os anos de 2015 e 2017. Os assassinatos tinham ligação com a disputa pela supremacia no tráfico de drogas da região.
Com o decorrer das investigações, foram obtidas informações que ligavam a organização criminosa a uma série de outros crimes, como o roubo e furto de veículos, roubo a residências, tráfico de entorpecentes, posse e porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, coação de testemunhas e corrupção de menores.
O trabalho investigativo apontou que o grupo criminoso se articulava em uma estrutura hierarquizada e com subgrupos especializados: o núcleo das lideranças, o núcleo que atuava no tráfico de drogas e o núcleo que prestava “apoio logístico”, como fornecimento de armamento e veículos. Tanto o tráfico como o roubo e receptação de veículos serviam para angariar recursos para a organização criminosa.
Após a deflagração da primeira fase da Operação Tocandira, 15 dos réus foram detidos e mantidos em regime de prisão cautelar. Apenas um deles não foi localizado. A Promotoria de Justiça de Cupira requereu, em abril de 2018, a manutenção das prisões cautelares e a condenação final dos réus; a sentença foi publicada em 5 de julho de 2022.
“Os dados oficiais apontam para uma significativa diminuição nos índices de criminalidade na região após a desarticulação dessa organização criminosa. O número de homicídios, por exemplo, se reduziu em 57%; já os roubos de veículos caíram mais de 60% nas estradas que cortam os municípios”, ressaltou a promotora de Justiça Soraya Dutra Macêdo, que foi titular da Promotoria de Justiça de Cupira durante a realização das duas operações.
Tocandira II – apesar da prisão dos réus, o núcleo que comandava a organização criminosa seguiu coordenando, de dentro do sistema penitenciário, as atividades criminosas. Com o apoio do MPPE através do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), essa mesma organização foi alvo de uma nova fase da operação, deflagrada em setembro de 2018, com o cumprimento de seis mandados de prisão contra alvos em liberdade e 18 contra indivíduos que já se encontravam no sistema penitenciário. O Ministério Público requisitou à Justiça a remoção dos líderes para unidades prisionais mais afastadas.
1 – FÁBIO CLEYTON FERREIRA DA SILVA – 37 anos e 3 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, coação no curso do processo e porte ilegal de arma de fogo
2 – TIAGO ANTÃO BEZERRA – 30 anos e 1 mês de reclusão pelas práticas de organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico
3 – LUIS CARLOS JOSÉ DA SILVA 35 anos e 2 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menores
4 – JOSÉ HENRIQUE DE AMORIM OLIVEIRA – 24 anos e 6 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico e comércio ilegal de arma de fogo
5 – JUSCELINO JOSÉ DA SILVA JÚNIOR – 5 anos e 6 meses de reclusão pela prática de organização criminosa
6 – MAILSON JOSÉ TORRES – 12 anos e 7 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa e roubo majorado
7 – GABRIEL MESSIAS DA SILVA BARROS – 10 anos de reclusão pelas práticas de organização criminosa e comércio ilegal de arma de fogo
8 – EDSON LUIZ DE FRANÇA – 12 anos e 7 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa e roubo majorado
9 – JOSÉ EMERSON PEDRO DA SILVA – 27 anos e 11 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico e comércio ilegal de arma de fogo
10 – IDAILSON MARQUES DA SILVA – 23 anos e 5 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico
11 – JOSÉ GENAILSON GOVEIA – 16 anos e 2 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa, roubo majorado e adulteração de sinal de veículo automotor
12 – ERIVELTON ALVES DA SILVA – 17 anos e 1 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa, roubo majorado e comércio ilegal de arma de fogo
13 – PAULO ROBERTO DA SILVA CORREIA – 16 anos e 2 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa, roubo majorado e adulteração de sinal de veículo automotor
14 – MARCELO JOSÉ DA CONCEIÇÃO – 12 anos e 7 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa e roubo majorado
15 – MATHEUS ANTONIO SILVA – 12 anos e 7 meses de reclusão pelas práticas de organização criminosa, roubo majorado e dano qualificado
16 – JOSEMIR SILVA DE SOUZA JÚNIOR – 10 anos de reclusão pelas práticas de organização criminosa e comércio ilegal de arma de fogo
Imagem acessível: fundo vermelho tem sobrepostos os dizeres Cupira Justiça acolhe pedido do MPPE e condena 16 integrantes de organização criminosa que foi alvo da operação Tocandira, em 2017
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