O Governo de Pernambuco lançou, nesta segunda-feira (12), os testes de validação do Kit Nacional de Biologia Molecular para detecção do câncer de colo de útero. A iniciativa tem parceria da Secretaria de Saúde do Recife e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS). Com um baixo custo, o exame tem a capacidade de identificar o DNA do Papilomavírus Humano (HPV). No Estado, a enfermidade faz 300 mulheres de vítimas por ano.
Durante a manhã desta segunda, 16 pacientes se submeteram à coleta do material ginecológico na Upinha Fernanda Wanderley, no bairro da Linha do Tiro, na Zona Norte do Recife.
Nos dias atuais, a maioria das coletas preventivas para detecção do câncer de colo de útero, no Brasil, é feita nas mulheres por meio do exame citopatológico, conhecido popularmente de Papanicolau. A nova plataforma utiliza a mesma tecnologia utilizada nos exames de detecção da Covid-19, por meio do RT-PCR. Esta análise que identifica o HPV através do DNA tem resultados mais rápidos – os do Papanicolau saem, em média, em 30 dias, e os por PCR Teste, em 15. Além disso, o Kit é mais sensível e eficaz no diagnóstico. Tudo isso com um valor que poderá ser absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O novo teste faz parte do Programa “Útero é Vida”, que tem como meta reduzir os números de câncer de colo do útero no Estado. Para a validação Kit Nacional na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vão ser feitos um total de 1.500 testes, nos próximos dias. Outras oito unidades dos Distritos II e VII do Recife, mais a Upinha Fernanda Wanderley, participam dessa fase de trabalhos. Na segunda etapa, a partir da liberação da Anvisa, o Kit Nacional poderá ser usado em larga escala em Pernambuco.
Durante o lançamento, o secretário estadual de Saúde, André Longo, ressaltou o envolvimento de entidades nacionais e internacionais no Programa “Útero é Vida”. “Várias instituições se reuniram para mudar o cenário do câncer de colo do útero em Pernambuco e no Brasil. Esse kit permite um diagnóstico com maior segurança, gerando uma comodidade maior para a mulher. Se o exame dela der negativo, por exemplo, essa mulher só precisará fazer um novo exame a cada cinco anos. O desenvolvimento desse kit nacional vai ser um diferencial no diagnóstico dessa doença, que mata uma mulher por dia, em Pernambuco”, afirmou André Longo.
Representante da OPAS/OMS no Brasil, Socorro Gross explicou que o sucesso dos testes do Kit está alinhado a uma perspectiva que ultrapassa as fronteiras de Pernambuco. “A coisa mais difícil que temos é o diagnóstico. Se não temos um diagnóstico que seja certo, acessível para nossos países e seja aceito por nossas mulheres, nós não temos como fazer um diagnóstico que precisamos para um câncer que é curável. Por isso, o teste é relevante não só para Pernambuco, mas para todo sistema de saúde do Brasil e dos países pan-americanos”, enfatizou Socorro Gross.
A dirigente da OPAS ainda enfatizou a representatividade desse novo passo do “Útero é Vida” para as mulheres. “O custo da testagem com outros kits é muito alto. E esse kit, que tem valor mais acessível, vai melhorar a linha de cuidado do câncer do colo de útero para que se possa eliminá-lo como um problema de saúde pública. É uma iniciativa que vai para as mulheres e para a família. Quando uma mulher deixa de morrer de um câncer que dá muito tempo para ser diagnosticado, que pode ser evitado, eu me sinto representada como mulher”, concluiu.
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