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PCR lança Manual de Como Não Ser um Babaca no Trânsito para combater machismo na mobilidade

Em sua nova edição, cartilha vai abordar o assédio no trânsito e tem o objetivo de conscientizar as pessoas para promoção de um espaço público mais democrático. Durante todo o mês de março, serão feitas ações educativas para debater sobre o respeito às mulheres no espaço público

Para lembrar o mês das mulheres e discutir o direito à mobilidade, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria da Mulher (Semul) e da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), lançou, nesta quarta-feira (9), o Pequeno Manual Prático de Como Não ser um Babaca no Trânsito. Além disso, a PCR realizará uma série de ações durante o mês de março para debater práticas como o assédio sexual no trânsito e, ainda, a segurança das mulheres nos seus deslocamentos. A programação inclui um webinar voltado ao público geral para debater as questões enfrentadas pelas mulheres na sua rotina de ida e volta dos destinos, além de palestras internas com as agentes de trânsito do Recife.

O Pequeno Manual Prático de Como Não Ser um Babaca No Trânsito será distribuído, a partir desta quinta-feira (10), na versão impressa em vários pontos de interesse público como pontos turísticos, parques, estações de ônibus e praças. Além disso, a versão digital também estará disponível nas redes sociais da PCR, da Secretaria da Mulher e da CTTU. O conteúdo é apresentado de maneira informal, com a linguagem própria do Recife, utilizando gírias e situações do dia a dia para informar sobre o respeito às mulheres na mobilidade. “Ela está na parada esperando o busão / Não é convite pra tua importunação!”  e “machista é quem vai dizer que mulher não combina com direção” são algumas dicas colocadas no manual para educar sobre a necessidade de respeitar as mulheres no trânsito.

“Se deslocar com segurança nas cidades também é um direito das mulheres. Pesquisas apontam que elas fazem viagens diárias para ter acesso a serviços diversos, como levar filhos para a escola ou atendimento de saúde, além do trabalho. É preciso pensar a mobilidade e a acessibilidade nas cidades na perspectiva de gênero para a inclusão e quebra de ciclos de violência contra mulher”, comenta a Secretária da Mulher do Recife, Glauce Medeiros.

De acordo com a Pesquisa Origem e Destino de 2018, as mulheres representam 54,18% dos deslocamentos realizados a trabalho. Ainda assim, somam apenas 19,7% das pessoas entre os ciclistas. No que diz respeito aos ônibus, as mulheres são 63% das passageiras. Em táxis e transportes por aplicativos são maioria 73,34% e 51,8%, respectivamente. Quanto aos carros particulares, as mulheres representam 52,23% das viagens. “Esses dados nos levam a observar que a bicicleta, enquanto veículo ativo, tem uma distribuição desproporcional entre os gêneros, o que é preocupante porque percebemos que homens e mulheres não ocupam o espaço urbano de forma igualitária, muito pelo fato de elas também serem mais vulneráveis à violência. Precisamos conversar sobre isso para que a cidade seja, de fato, segura, acessível e agradável a todas as pessoas”, destaca a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.

IGUALDADE DE GÊNERO – Em 2021, o Recife passou a ser a primeira capital a adotar a paridade de gênero na composição do secretariado. Na gestão de mobilidade, as mulheres chegam a ser maioria no Recife, com um quadro institucional no qual mais de 70% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres. Esse posicionamento levou à implantação de projetos de mobilidade que favorecem diretamente as mulheres ao mexerem, também, na ocupação do espaço urbano e atraírem pedestres e ciclistas aos locais que antes tinham espaço apenas para os veículos. Com o aumento de pessoas na região, existe, também, o aumento da segurança pública. Outro diferencial são as políticas de mobilidade voltadas para a primeira infância, que dão segurança viária aos responsáveis pelas crianças mais novas, em sua maioria, mulheres. A Zona 30 da Ilha do Leite, por exemplo, proporcionou ampliação da área de pedestres e implantação de uma nova rota cicloviária nas proximidades de escolas no bairro. Foi implantado, também, um redesenho urbano no entorno da Praça de Campo Santo, em Santo Amaro, que beneficiou a travessia de pedestres estudantes da área. Na proximidade de parques como o da Jaqueira e o Treze de Maio foram implantadas novas ciclofaixas e, ainda, redesenho urbano com adequação de velocidade regulamentada nas vias do entorno. Esses projetos contemplam crianças e seus responsáveis e garante o fomento à mobilidade ativa desde a infância.

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