No PSB, o assunto vinha sendo ventilado desde o início de fevereiro, logo após o senador Humberto Costa abrir mão de concorrer ao Palácio das Princesas em nome da unidade da frente. Com isso, o plano B do PT passou a ser trabalhar pela vaga do Senado. No último dia 4 de fevereiro, o petista solicitara ao ex-presidente Lula e à presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que o assunto relativo à Casa Alta pudesse ser resolvido no Estado sem intervenção da nacional. Recebera, de volta, um aceno positivo.
O detalhe é que aliados, incluindo socialistas, passaram a vislumbrar que a busca de um denominador comum geraria um “quiprocó” no PT, dado o histórico da legenda. E, desde ali, como a coluna registrara no último dia 9 de fevereiro, começaram a ventilar Paulo Câmara como única variável capaz de unir a Frente Popular em torno da vaga do Senado nesse caso, ainda que a chapa viesse a se tornar um “pão com pão”.
O assunto perdeu fôlego posteriormente, mas, de lá para cá, o PT não chegou a entendimento e o grupo de Marília Arraes, segunda deputada federal mais votada (193.108 votos) dos 25 da bancada pernambucana em 2018, passou a sinalizar que não aceita Carlos Veras como opção, considerando o apelo eleitoral dela.
Com isso, como a coluna cantara a pedra no último dia 5, o grupo da deputada passou a sinalizar que só se conformaria com negativa a ela estar no páreo, caso o partido abrisse mão do Senado. Do contrário, a legenda teria que encontrar argumento suficiente para não indicá-la e, ao mesmo tempo, evitar arestas.
Desde semana passada, então, petistas e socialistas passaram a fazer uma avaliação coincidente: a de que o ex-presidente Lula não estava com jeito de quem brigaria pelo Senado. Não à toa, isso gerou uma expectativa em torno do que o líder-mor do PT diria na reunião com Paulo Câmara e Danilo Cabral, realizada anteontem.
Ele, então, como já apostavam socialistas, defendeu que Paulo pode ser muito útil na ativa, sugerindo o governador como candidato a senador. Mas não foi o único. O PCdoB, presidido nacionalmente pela vice-governadora Luciana Santos, também passou a enfatizar a tese.
O partido tem defendido que o governador concorra ao Senado. Isso levaria Luciana a assumir o governo, alterando o plano anunciado por Paulo, a aliados, de ficar na cadeira até o fim do mandato. Se tal construção poderia ser solução aos olhos de Lula, do PCdoB e do PSB, integrantes de outros partidos da Frente Popular, atentos, advertem que o PSB, atualmente, “não tem gordura para isso”. A conferir.
Aposta alta
Uma fonte de um partido de centro, à coluna, indaga o seguinte: “Será que o PSB, depois de 16 anos de gestão, tem gordura para empurrar um pacote desse?”. Faz referência à presença maciça de PSB e PT na majoritária, caso Paulo Câmara fosse. E emenda: “Vão montar chapa onde o eleitor vai ser chamado a votar só no PT e no PSB?”.
Timing > Partidos de centro não veem mais com tão bons olhos como outrora esse movimento que coloca Paulo Câmara como candidato ao Senado, quando o martelo já foi batido sobre uma cabeça de chapa do PSB. Nesse conjunto, se aponta “forte pressão do PCdoB e de Renildo Calheiros” para que Paulo se desincompatibilize.
Dois em um > O ato do prefeito Miguel Coelho, no próximo dia 30, em Petrolina será de saída dele da gestão, quando se desincompatibiliza para concorrer a governador e de pontapé inicial e lançamento de seu projeto de concorrer ao Palácio do Campo das Princesas. Anderson Ferreira pode renunciar no mesmo dia.
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo
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