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Pantanal: Juliana Paes fala sobre ter vivido Maria Marruá: “Aprendi com ela”

Quem tem acompanhado o remake de “Pantanal”, no horário nobre da Globo, se emocionou com a morte de Maria Marruá. Embora a personagem siga na trama, agora encarnada em uma onça, seu assassinato foi a despedida de Juliana Paes do papel que lhe rendeu tantos elogios nas redes sociais. 


 

Em entrevista à Folha de Pernambuco, a atriz falou sobre a experiência de trabalhar na novela e revelou quais devem ser seus próximos passos na carreira, já que desde março não possui mais contrato fixo com a antiga emissora.

Gravações no Pantanal 

“Foi uma experiência muito marcante. Estar em contato direto com a natureza foi essencial  para a composição da minha personagem e também me proporcionou muito aprendizado,  porque gravar no Pantanal é totalmente diferente de gravar nos estúdios no Rio, por exemplo, como estamos acostumados. Lá não existe isso de ficar na cama até mais tarde, porque você acorda com o barulho dos bichos. A conexão com a internet é limitada, então você acaba se conectando mais consigo mesmo, com as pessoas e com o ambiente ao seu redor. É uma cultura rica e muito diferente da nossa. Existem costumes e trejeitos bem característicos do povo de lá  e que nós trouxemos para a Maria Marruá. E as águas daquele Pantanal tem uma energia  diferente. Me senti tocada num lugar diferente, mais místico, espiritual, talvez”.


“Envelhecer” para a personagem

“Ser atriz é se doar inteiramente para os seus personagens e eu sou muito disponível para isso. Me entrego com gosto e sinto que essa entrega é um forte elemento de composição. A Maria Marruá é uma personagem intensa, que carrega todas as dores do seu passado. É um papel complexo e que está muito além da beleza estética. Eu sempre busquei por personagens desafiadores na minha carreira, que me trouxessem algo de diferente, e a Maria é justamente isso. Então, com certeza eu abracei com todas as forças a oportunidade de vivê-la, assim como o  processo de preparação e caracterização, sem melindres e sem medo”. 

A preparação 

“Eu sou uma grande fã da Cássia Kis (que viveu Maria Marruá na versão original da novela, em 1990). Antes das gravações nós trocamos algumas figurinhas, mas na hora de gravar era meu corpo, minhas ferramentas reagindo à luz dos acontecimentos. Eu  quis ter meu lugar de criação com a Marruá, trazer novos elementos e dar a minha própria contribuição para a personagem. Mas a Cássia sempre foi uma grande inspiração para mim como atriz, então com certeza também há um pouco dela na minha versão da personagem”. 


 


O que fica da Maria Marruá

“Durante esse período, vivi muitas experiências que, com certeza, ficarão marcadas na minha  lembrança, como a oportunidade de gravar no Pantanal brasileiro ou ter contracenado com uma  onça para gravar a cena da transformação da Maria Marruá. A onça é o animal mais lindo que já vi em toda minha vida. As araras azuis tomando o céu era uma visão de chorar de emoção. Todo esse projeto foi muito especial para mim, desde aquele instante em que o papel me foi  concedido até a gravação das minhas últimas cenas. Aliás, a cena da morte me deu um vislumbre sobre a passagem da vida e do tempo. No fim, por maiores as dores, o sentimento final, derradeiro é o de amor. Maria Marruá é uma mulher forte, foi forte o tempo todo. Eu aprendi com ela”. 

Repercussão

“Tenho recebido um retorno maravilhoso (sobre o trabalho na novela). O sentimento é o de realização e missão  cumprida. Falando como atriz, tudo o que nós fazemos é pensando em como alcançar e  emocionar o público, então não há nada mais gratificante do que vermos que o nosso trabalho  está conseguindo impactar o telespectador da maneira que idealizamos. Toda a adaptação da  história também foi feita com a ideia de conseguir se comunicar com as novas gerações, mas  sem se distanciar da essência da primeira versão da novela. A resposta do público nas redes  sociais mostra que essa missão está sendo realizada com excelência por toda a equipe de produção e elenco”.  

Fim do contrato com a Globo

“Representa uma nova jornada na minha carreira, onde me vejo disposta a enfrentar novos  desafios, mas mantendo muito carinho e gratidão pelo meu passado. A Globo foi e sempre será  uma casa maternal para mim e eu me sinto muito grata por tudo isso. No final das contas, nunca  é um adeus, pois continuarei trabalhando em projetos em parceria com a Globo em novos estilos de contrato. Essa decisão foi tomada com muito respeito e carinho por ambas as partes. Não irei descartar nenhuma possibilidade no momento. Independente se seja  streaming ou não, o importante é que eu me sinta confortável com a minha escolha”.


 

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Fonte: Folha PE

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