As comunidades que fazem parte da Reserva Yanomami enfrentam hoje uma crise humanitária que tem como principal causa a expansão do garimpo ilegal.
Entre os indígenas, há casos graves de desnutrição, infecções como malária e tungíase (conhecida popularmente como ‘bicho de pé’), além falta de remédios e estrutura para tratar os quadros.
Estima-se que os povos chegaram à América do Sul há mais de 15 mil anos e se estabeleceram em comunidades relativamente isoladas. Conheça mais sobre os yanomami abaixo:
Quem são os yanomami?
Os yanomani são povos indígenas que vivem em comunidades em florestas e montanhas do norte do Brasil e sul da Venezuela.
Eles são separados em quatro subgrupos: Yanomae, Yanõmami, Sanima e Ninam, e cada um fala uma língua própria.
Separados em mais de 200 comunidades no maior território indígena do mundo, eles historicamente se sustentam pela caça, pesca e cultivo de roças.
Onde vivem os índios yanomami?
Os índios yanomami vivem no norte do Brasil, entre os estados de Roraima e Amazonas, e no Sul da Venezuela, na Reserva da Biosfera Alto Orinoco-Casiquiare. As regiões são formadas por florestas e montanhas.
Com mais de 9,6 milhões de hectares, só o território yanomami no Brasil é o dobro do tamanho da Suíça.
Na Venezuela, a reserva por onde se espalham as comunidades têm 8,2 milhões de hectares. Somadas, as regiões são o maior território indígena coberto por floresta do mundo.
Quantos yanomamis existem no Brasil?
Dados do Ministério da Saúde, a população yanomami em Roraima e no Amazonas, hoje, está em torno de 30,4 mil pessoas, incluindo 5 mil crianças.
O que significa yanomami?
O etnônimo “yanomami” foi produzido pelos antropólogos a partir da palavra yanõmami que, na expressão yanõmami thëpë, significa “seres humanos”.
Povo yanomami: o que aconteceu?
Por conta do garimpo ilegal, que prejudica a qualidade da água e do solo e espanta os animais que os indígenas caçam, quadros graves de desnutrição e óbitos marcam as comunidades atualmente.
Os projetos de desenvolvimento econômico, principalmente no oeste de Roraima, submeteram as comunidades yanomami a formas de contato não-indígenas nas décadas de 1970 e 1980.
Com a economia regional em expansão, estradas, fazendas, obras, e a principal ameaça à vida yanomami, o garimpo, se alastraram pela região com o passar dos anos.
Além de não conseguir a oferta adequada de alimentos, os yanomami enfrentam surtos de malária, doença infecciosa transmitida por mosquito contaminado por um protozoário.
Se não for tratada corretamente, a malária deixa causa vômitos e deixa o doente debilitado, com febre alta e dificuldade em manter ou ganhar peso, e pode levar à morte.
Verminoses e tungíase, conhecida como “bicho de pé”, também são problemas de saúde graves para eles. A tungíase, especificamente, causa múltiplas lesões dolorosas, abre portas para outras infecções e faz com que alguns percam pedaços do pé.
Depois de noticiada no âmbito nacional e internacional, a crise humanitária que ocorre no território yanomami recebe agora ajuda de agentes de saúde enviados pelo governo federal e arrecadação de alimentos e outros bens por ONGS e pessoas da sociedade civil.
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