No começo de fevereiro, um trem de carga com produtos químicos tóxicos descarrilou e pegou fogo no estado de Ohio, nos Estados Unidos.
O incêndio gerou uma fumaça tóxica que cobriu a pacata cidade de East Palestine e levou à evacuação de quase 2 mil pessoas.
Diante do risco de explosão de cinco dos 50 vagões descarrilados, as autoridades iniciaram a liberação controlada de diversos produtos tóxicos no ambiente.
Enquanto as autoridades afirmam que a mitigação do problema e o retorno ao normal são algo para o longo prazo, a preocupação com as consequências ambientais e de saúde do têm aumentado.
O ex-chefe do Departamento de Combate a Incêndios de Ohio, Silverio Caggiano, comparou a precipitação tóxica resultante do acidente com um “inverno nuclear”.
Autoridades como a EPA, agência ambiental americana, no entanto, dizem que os níveis de contaminação estão abaixo do que seria considerado preocupante.
Entenda o que se sabe sobre o que caso.
Como foi o acidente?
No dia 3 de fevereiro, um trem de carga com diversas substâncias de uso industrial que estava indo de Illinois para a Pensilvânia descarrilou em Ohio.
Cerca de 50 dos 150 vagões saíram dos trilhos, causando um incêndio e gerando uma fumaça tóxica que cobriu a cidade de East Palestine.
A causa do acidente ainda está sendo investigada pelo Conselho Nacional de Segurança de Transportes dos EUA.
O secretário nacional de Transportes, Pete Buttigieg, foi criticado por demorar a se pronunciar sobre o caso e divulgar poucas informações. Nesta terça (14), ele afirmou que o Departamento de Transportes está acompanhando as investigações e vai garantir que haja responsabilização pelo acidente.
Quais as substâncias que vazaram?
De acordo com a EPA (a agência de proteção ambiental dos EUA), “houve e continua a haver” liberação para o ar, solo e água de:
- cloreto de vinila, um gás tóxico usado na fabricação de plástico PVC e que pode aumentar o risco de câncer – é a substância mais perigosa e de maior preocupação entre os vazamentos;
- acrilato de butila, um líquido incolor levemente tóxico usado na produção de tintas, adesivos, plásticos, tecidos, entre outros;
- acrilato de 2-Ethylhexyl, um líquido incolor com cheiro agradável usado na fabricação de polímeros;
- éter monobutílico de etilenoglicol, um líquido tóxico usado como solvente e que irrita a pele e os olhos.
Quais os riscos para a população e para o ambiente?
Logo após o acidente, quase 2 mil residentes da cidade foram evacuados. Escolas, empresas e rodovias foram fechadas e um abrigo foi criado para as pessoas que tiveram que deixar suas casas.
Não houve registros de mortos nem feridos.
A exposição ao cloreto de vinila está associada com com maior risco de certos tipos de câncer, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos EUA. No entanto, autoridades estaduais e a EPA disseram que os níveis de contaminação na comunidade não são preocupantes.
Cinco dias depois do acidente, os moradores foram autorizados a voltar para suas casas quando o nível de contaminação do ar caiu para níveis abaixo do preocupante.
O serviço de tratamento de água disse que não encontrou “efeitos adversos” na água da região.
No entanto, moradores têm dito nas redes sociais e na imprensa local que peixes e sapos estão morrendo em córregos da região. Outros dizem que têm sentido cheiro de produtos químicos, que tiveram dores de cabeça e enjoo.
Alguns moradores já entraram com processos contra a empresa que administrava o carregamento.
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