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Legenda da foto, A aurora boreal vista na cidade de Whitley Bay, no litoral do Reino Unido, na sexta-feira (10/5)

Nas redes sociais, muitos compartilharam fotos dessas luzes que apareceram inclusive no sul do país, onde essa visão é ainda mais rara.

É possível, segundo especialistas, que as luzes apareçam novamente na noite deste sábado (11/5).

A aurora boreal ficou visível em diversos países depois que uma das tempestades geomagnéticas mais fortes em anos atingiu a Terra.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) inclusive emitiu um raro alerta de tempestade solar.

Essas tempestades aumentam as chances das pessoas verem as luzes.

A tempestade geomagnética extrema que aconteceu na sexta-feira foi classificada como a mais alta, chamada de G5.

Tempestades nessa escala podem potencialmente impactar infraestruturas, incluindo os satélites e a rede elétrica, alertou a NOAA. No entanto, não houve relatos de interrupção até o momento.

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Legenda da foto, Aurora boreal vista na cidade inglesa de Leek

O céu limpo, como ocorreu na noite de sexta-feira, tornou possível que pessoas em quase todos os lugares do Reino Unido conseguissem ver a aurora boreal.

O fenômeno também foi registrado em outros países, como mostram as fotos que ilustram esta reportagem.

Na América do Norte, a NOAA disse que as luzes foram vistas no extremo sul do Alabama e no norte da Califórnia.

Muitos dos países do norte da Europa também foram presenteados com o espetáculo.

As câmeras capturaram o céu rosa brilhante sobre a Áustria e um tom roxo sobre a Alemanha. Além disso, observadores na Eslováquia, Suíça, Dinamarca e Polônia registraram o show de luzes.

As luzes também foram capturadas na China, com céus fúcsia fotografados no norte do país.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Aurora boreal vista na cidade de Tara, no sudoeste da Sibéria, na Rússia

Quão raro é ver a aurora boreal em locais como o Reino Unido?

A última vez que uma tempestade geomagnética extrema atingiu a Terra foi em 2003, por isso o evento de sexta-feira foi considerado raro.

No Reino Unido, por exemplo, é mais comum conseguir ver a aurora boreal apenas em áreas mais ao norte.

Houve, no entanto, mais ocasiões no último ano em que britânicos conseguiram avisar uma exibição fraca da aurora nas partes do sul do Reino Unido.

Isso ocorre porque no ciclo solar, que dura 11 anos, estamos nos aproximando do “máximo solar”, onde há naturalmente mais manchas solares na superfície do Sol.

As manchas solares são como enormes vulcões que expelem partículas carregadas em Ejeções de Massa Coronal (CME, na sigla em inglês). Com mais delas no momento, há uma chance maior de atividade auroral mais frequente e forte.

Também vale destacar que, como a ciência consegue prever melhor esses eventos e como muitas pessoas hoje tem um smartphone capaz de captar as luzes brilhantes da aurora, tem ocorrido um aumento de avistamentos nas últimas duas décadas.

E, como sempre, qualquer lugar longe da poluição luminosa, com uma visão clara do céu noturno, dará mais chance de ver a aurora boreal.

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Legenda da foto, Além do Reino Unido, aurora boreal também foi vista em outros países europeus, como a Suíça

O que torna o céu rosa na aurora boreal?

A aurora boreal é um espetacular show de luzes da natureza que ocorre quando explosões na superfície do Sol – as chamadas erupções solares – colidem com os gases da atmosfera da Terra, criando faixas cintilantes tingidas de vermelho, verde e roxo

Ela é causada por partículas carregadas do sol que atingem gases na atmosfera da Terra. E as cores ocorrem devido a diferentes gases na atmosfera terrestre sendo energizados pelas partículas carregadas.

Os dois gases mais comuns na atmosfera terrestre são o nitrogênio e o oxigênio. Os átomos de oxigênio brilham em verde – a cor mais frequentemente vista na aurora boreal, enquanto os átomos de nitrogênio emitem roxo, azul e rosa.

As auroras mais impressionantes ocorrem quando o Sol emite nuvens realmente grandes de partículas chamadas “ejeções de massa coronal”.

Com reportagem de Simon King, do BBC Weather, e Jacqueline Howard, da BBC News.