- Author, Daniela Relph
- Role, Correspondente da BBC News para a Familia Real
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Os problemas de saúde do rei Charles 3° e da princesa de Gales, Kate Middleton, levantaram questionamentos sobre o que o Palácio de Buckingham e o Palácio de Kensington querem que o público saiba.
Os assessores tentam lidar com a sede por informação, as especulações nas redes sociais e a necessidade de proteger duas pessoas que não estão bem.
Tudo isso está se revelando um grande dilema.
Os holofotes se voltaram ainda mais para a família real nos últimos dias, depois que o príncipe William, marido de Kate, cancelou em cima da hora sua participação em uma cerimônia religiosa, em Windsor, em memória do seu padrinho, o rei Constantino da Grécia. Ele deveria fazer uma leitura, e seu nome estava no programa do culto.
Mas menos de uma hora antes do início do evento, chegou uma mensagem do Palácio de Kensington.
“Infelizmente, o príncipe de Gales não vai mais ser capaz de comparecer ao culto desta manhã devido a um assunto pessoal”, dizia o comunicado.
Isso causou estranheza. O príncipe William mora na propriedade de Windsor. Ele tinha uma função a desempenhar na cerimônia. Era seu padrinho sendo homenageado.
Imediatamente os boatos começaram a se espalhar — seria um mau sinal em relação a Kate? A mensagem da equipe do príncipe era de que não havia necessidade de pânico.
Mas isso não foi suficiente para conter as especulações.
Informação escassa
As mensagens que recebi no WhatsApp provavelmente refletiam o que muitas pessoas estavam se perguntando.
“O que há de errado com Kate?”, “Por que eles não dizem?”, “É por isso que William não apareceu?”.
E se você se aprofundar nas redes sociais e nas buscas online, vai encontrar rumores cada vez mais mirabolantes sobre a condição da princesa.
A falta de informações detalhadas e o cancelamento repentino da participação do príncipe William na cerimônia alimentaram as especulações.
Ainda não sabemos por que o príncipe desistiu de ir ao culto — mas vale ressaltar que ele compareceu a um evento na quinta-feira (29/02) conforme planejado.
Os assessores dos príncipes de Gales estão bem cientes das fofocas online — eles as leem, conversam sobre elas, conhecem bem as narrativas.
Mas enfatizam que nada mudou.
Um porta-voz de Kate minimizou as especulações nas redes sociais.
“O Palácio de Kensington deixou claro em janeiro o cronograma para a recuperação da princesa. Dissemos que só iríamos fornecer atualizações significativas. Essa diretriz permanece.”
A volta à vida pública
Existe, é claro, a questão da privacidade.
Para o príncipe William, proteger sua esposa enquanto ela se recupera é primordial.
O Palácio de Kensington simplesmente não quer que os detalhes sobre sua saúde sejam divulgados — e seus assessores não sentem necessidade de dizer mais nada em relação a isso.
Mas quando Kate voltar a cumprir seus compromissos públicos o escrutínio vai ser intenso.
Todos os olhos vão estar voltados para ela.
Como ela está? Parece diferente?
Sua equipe está bem ciente do interesse que vai haver nesse momento, por isso protegê-la agora tem uma importância adicional.
Eles vão escolher quando e como a veremos novamente em público com muito cuidado.
A saúde do rei
A situação é diferente no Palácio de Buckingham, no que se refere ao gerenciamento do diagnóstico e tratamento do câncer do rei Charles 3°.
Lá, a corte sente que há uma necessidade de ver o monarca em ação, cumprindo algumas de suas funções.
É por isso que vimos fotos do rei com o primeiro-ministro, indo à igreja e lendo cartões com votos de “melhoras”.
Trata-se de um rei que está com a saúde comprometida neste momento, mas ainda pode fazer parte do seu trabalho habitual, e o Palácio quer nos mostrar isso.
Não há a mesma pressão sobre Kate para ir a público. Ela não é a monarca, não precisa tranquilizar o povo da mesma forma.
Sim, existe um clamor por informações, mas o clima parece ser de “paciência, vai ser assim”.
Trata-se de uma princesa que quer manter a privacidade.
Fonte: BBC
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