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Novos regentes da Orquestra Sinfônica do Recife estreiam com casa cheia, muitos aplausos e repertório variado

Concerto gratuito e aberto ao público contou com participação especial de Spok, que tocou frevo para uma emocionada e calorosa plateia

Um Santa Isabel cheio de emoção e saudade recebeu o concerto inaugural da Orquestra Sinfônica do Recife, na noite de hoje, sob a regência dos novos maestro e maestro adjunto Lanfranco Marcelletti Jr. e José Renato Accioly. O concerto, gratuito e aberto ao público, celebrou os 91 anos do conjunto orquestral mais antigo em atividade ininterrupta do país e marcou também o retorno da Orquestra aos palcos da cidade, após hiato provocado pela pandemia. As apresentações regulares serão retomadas em 2022. E os maestros já prometem muitas novidades.

 

O concerto inaugural já deu importantes indicativos dos novos tempos que se anunciam. No repertório, além dos compositores clássicos eruditos, como Mozart e Tchaikovsky, os novos maestros incluíram frevo e uma composição do Maestro Duda, que estava na plateia e fez questão de declarar sua emoção e gratidão pela possibilidade de voltar a fazer parte da história da Orquestra. “Foi lindo!”, levantou-se de sua frisa e gritou, entre intermináveis e calorosos aplausos. “Há muito tempo a Orquestra não tocava minha música”, comemorou, diante da promessa de Lanfranco de que sua vasta obra será bastante explorada de agora em diante. “A Orquestra está de volta”, celebrou, também na plateia, Ademir Araújo, o Formiga, outro importante e entusiasmado maestro a prestigiar a apresentação desta noite.

“Não poderíamos terminar o ano sem esse regresso. É uma emoção muito grande assumir a regência da Orquestra da minha cidade”, afirmou Lanfranco, bastante emocionado. “Músicos, maestros, público: estamos todos com o mesmo sentimento de esperança. Para o próximo ano, o que queremos é que essa esperança se transforme em realização”, disse o regente adjunto José Renato Accioly. 

Na fala inaugural do concerto, o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, celebrou os novos maetstros, os bons ventos que eles já sopram e o reencontro da Orquestra com a cidade. “Mais do que profissionais altamente qualificados, vocês são músicos apaixonados. E o brilho nos olhos, a batida mais forte desses corações, aqui no palco, dão ritmo também aos nossos sonhos. Sinfonia em sintonia com o que queremos. Superação, realização. Novos passos rumo a tempos mais leves e belos. Vocês nos mantêm afinados com essa vontade. Obrigado por estarem de volta. Obrigado por seguirem em frente. Junto com a gente. Viva a Orquestra Sinfônica de cada recifense. E viva o mundo que vocês vão reconquistar.”

Quando a emoção já ia alta e o público vibrava com o ecletismo do repertório, uma surpresa abriu um sol em cada peito, quando Spok atravessou toda a plateia e subiu ao palco tocando o Último Regresso, sendo acompanhando por cada músico da Orquestra e depois por todo o público, que cantou, a plenos pulmões, a saudade que está do frevo e de suas ruas repletas.

“Achei maravilhoso. Sou estudante de música do conservatório. Retomar atividades assim é bom demais”, disse a estudante de flauta transversal e doce, Maria Paula Cavalcanti, que foi ao concerto com a mãe. A estudante de gastronomia Ayla Amaral foi com a amiga matar a saudade até do que nem tinha vivido. “Nunca tinha visto um concerto da Orquestra. Estávamos com tanta saudade da nossa cultura, que não perdemos mais nenhuma oportunidade de programação.”

A temporada 2022 da Orquestra Sinfônica do Recife deve iniciar no mês de março.

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