‘Ninguém salvou mais vidas que ele’: quem foi o inventor do cinto de segurança de 3 pontos

Em 1958, o engenheiro mecânico sueco Nils Bohlin (1920-2002) foi encarregado pela fabricante de veículos Volvo, também sueca, de criar um cinto de segurança para carro que realmente funcionasse.

Antes disso, da forma como eram projetados, os cintos de segurança causavam ferimentos graves no abdômen ou no pescoço dos passageiros em caso de colisão.

Bohlin sempre demonstrou preocupação com segurança.

Até então, ele era designer de aeronaves na fabricante de aviões sueca Saab e ali havia ajudado a desenvolver assentos ejetáveis. Na Volvo, passou a atuar como engenheiro de segurança.

Em apenas três meses, Bohlin criou o cinto de segurança de três pontas, um item que mudaria para sempre os padrões de segurança do setor automobilístico.

A Volvo se encantou com o invento e decidiu liberar a patente para outras fabricantes de veículos.

Estima-se que o item criado por Bohlin tenha salvado mais de 1 milhão de vidas.

“Acho que ninguém salvou tantas vidas como ele”, diz à BBC o enteado de Bohlin, Gunnar Örnmark, visivelmente emocionado.

Mas, quando o cinto de segurança se tornou obrigatório ao redor do mundo, nos anos 1970, nem todos os motoristas gostaram da ideia. Muitos se queixaram do desconforto.

Por isso, para ampliar a conscientização sobre a importância do uso do cinto de segurança, Bohlin viajou o mundo para demonstrar seu invento de forma pouco usual: usando um brinquedo pequeno com um ovo dentro.

“Ele era um pouco tímido quando falava sobre isso (o cinto de três pontas) conosco. Dizia: ‘Não é grande coisa'”, relembra Örnmark.

Segundo o enteado, Bohlin tinha “um coração grande, era como um Papai Noel”.

Bohlin foi incluído no Hall da Fama dos Inventores Nacionais dos Estados Unidos, com Thomas Edison e Graham Bell, inventores da lâmpada elétrica e do telefone, respectivamente.

Ele morreu na manhã em que receberia a premiação. Örnmark o substituiu.

“Estava lá para receber o prêmio e fazer o discurso por ele. Foi a coisa mais difícil que já fiz na vida”, conta.

“Terminei meu discurso dizendo: ‘não se esqueçam de apertar os cintos'”.