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“Neymardependência”: como a ausência do jogador no campo pode impactar na saúde emocional do time

Desde que sofreu uma lesão no tornozelo direito, na estreia do Brasil diante da Sérvia, Neymar está fora dos campos e deve permanecer assim até o final da fase dos grupos que se encerra com o jogo contra Camarões. Apesar de estar se recuperando, a atuação de um dos principais jogadores da seleção na copa é incerta e seráecidida nos dpróximos dias. O cenário é parecido com o que ocorreu na copa de 2014, quando o jogador sofreu uma lesão, precisou ser afastado da copa e o Brasil perdeu de 7×1 contra a Alemanha.

As semelhanças fizeram os especialistas lembrarem do termo “neymardependência”. Mas uma pessoa consegue ter influência tão forte emocionalmente sob uma equipe, seja dentro ou fora das quadras? A resposta é sim.

“Um ícone, quando se ausenta no trabalho em grupo, faz com que os outros percam a força para seguir adiante sem aquela figura. É uma questão histórica, a de que precisamos de um “salvador da pátria”, de um ídolo que possa nos proteger, nos guiar para algo” explica o psicólogo e professor da Faculdade Getúlio Vargas (FGV), Ricardo de Braga e Queiroz.

A ausência do ídolo, no entanto, pode surtir efeito oposto.

“Quem reage a essa situação, pode sair mais forte. A psicologia afirma que o que deve ser feito é desmistificar os ídolos, olhar as coisas sem a ingenuidade infantil de adoração e colocar aquela genialidade como parte de uma cooperação para o sucesso daquela empresa ou time” afirma Queiroz.

Um exemplo positivo de dependência emocional é encontrado na Apple com Steve Jobs. Mesmo depois de anos de sua morte, a empresa e seus colaboradores ainda lembram dele como uma figura idolatrada, visionária. Mas sem ele, consegue prosperar e gerar lucros.

“Um verdadeiro líder, independente da área que ele se encontra, lidera sua equipe, mas consegue transferir para o grupo uma certa autonomia, protagonismo e capacidade de viver sem ele. Quando isso não acontece nas empresas, se o líder é muito vaidoso e concentra nas mãos dele todo o poder, dificilmente aquele time vai para frente” diz Queiroz.

O segundo jogo da seleção brasileira contra a Suíça mostrou que apesar de Neymar fazer falta em campo, o time ficou menos dependente do jogador ao longo dos últimos anos, mas ainda cai de rendimento quando não pode contar ele. Além do camisa 10 não ser mais a única grande referência do grupo.

No primeiro dia da copa, Neymar publicou uma foto com o time em suas redes sociais exaltando a amizade entre os jogadores. “Companheirismo é a base fundamental da verdadeira conquista”, escreveu.

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Fonte: Folha PE

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