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Legenda da foto, Zhanle Pan quebrou o recorde mundial dos 100 metros livre com tempo de 46,40 segundos

O nadador chinês Zhanle Pan e o francês Leon Marchand compartilham dois aspectos em comum.

Ambos marcaram a história em suas respectivas categorias esta semana nos Jogos Olímpicos de Paris 2024: Pan estabeleceu um recorde mundial nos 100 metros livre e Marchand bateu o recorde olímpico nos 200 metros peito.

Além disso, ambos nadaram na raia número 4.

É comum que os favoritos em competições de natação ocupem as raias 4 e 5, que são reservadas para os atletas com os melhores tempos nas qualificatórias.

Turbulência

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Legenda da foto, Milésimos de vantagem podem ser cruciais na natação

“As raias de ‘pole position’ sempre foram fascinantes na natação e muitos fatores influenciam as verdades, mitos e crenças sobre elas”, diz Trey Taylor, presidente do Comitê Nacional de Treinadores da U.S. Masters Swimming.

Essa associação representa 60.000 nadadores de alto nível em 1.200 clubes e grupos nos Estados Unidos.

Um dos principais fatores é a distribuição das ondas de água na piscina durante a competição.

Especialistas acreditam que as raias centrais (4 e 5 em uma piscina de 8 raias) são as mais vantajosas para evitar a interferência das ondas criadas pelos nadadores.

Menos turbulência significa uma natação mais suave e eficiente. Taylor observa que as raias centrais “oferecem a melhor chance de se posicionar em relação às ondas de arrasto criadas pelos nadadores durante a competição”.

Em contraste, as raias externas são mais afetadas pelas ondas que batem nas paredes e retornam para o nadador.

Em competições de elite, muitas vezes são deixadas raias vazias nas extremidades para minimizar as diferenças de desempenho entre os nadadores.

No caso das provas de revezamento, a questão das turbulências é ainda mais relevante.

Taylor afirma que “ter a raia central é crucial”, pois “a ordem dos revezamentos é frequentemente decidida para aproveitar a ‘água limpa’ (sem turbulências) dos nadadores mais rápidos”.

Isso pode permitir que um nadador posicionado mais adiante ofereça uma vantagem de ‘água limpa’ para os seguintes nadadores no revezamento.

A profundidade da piscina também é importante para a distribuição das ondas de água.

Em piscinas mais profundas, com mais de 2 metros, a energia das ondas se dissipa melhor, reduzindo a turbulência na superfície e criando um ambiente de natação mais calmo.

Em piscinas rasas, as turbulências são mais intensas e prejudicam mais os nadadores das raias externas.

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Legenda da foto, Raias centrais proporcionam melhor posição para lidar com turbulências causadas por nadadores

Visibilidade

Outro fator crucial é a visibilidade.

Nadadores nas raias centrais têm uma visão clara de todos os concorrentes, o que é especialmente útil em estilos como o livre e o borboleta, onde os atletas respiram para os lados.

Essa “vantagem visual” permite aos nadadores centrais tomar decisões estratégicas sobre quando acelerar, manter o ritmo ou economizar energia.

Além disso, menos distrações em raias centrais, como reflexões de ondas e ruídos, podem ajudar na concentração.

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Legenda da foto, Nadadores nas extremidades só conseguem ver rivais mais próximos

Psicológico

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Legenda da foto, Posição na piscina pode influenciar psicológico do nadador, segundo especialistas

Aspectos psicológicos também desempenham um papel, embora nem sempre sejam vantajosos.

Algumas pesquisas sugerem que nadar nas raias centrais pode oferecer uma motivação adicional, pois o nadador sabe que obteve tempos melhores nas qualificatórias.

Contudo, ter um “alvo nas costas” e saber que todos podem ver você também pode ser uma desvantagem psicológica, aumentando a pressão sobre o atleta.

Taylor conclui: “A natação exige tanto força mental quanto preparação física. Às vezes, estar na raia central é a chave para conquistar o ouro. Outras vezes, nadar na raia externa pode ser uma forma de surpreender os adversários. No final, tudo depende do nadador.”