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Mistura de ritmos e de públicos marcam polos descentralizados do São João do Recife

Neste primeiro fim de semana de festejos juninos da capital, um público numeroso e saudoso foi conferir a festa preparada pela Prefeitura do Recife nos bairros do Barro, Bongi, Brasília Teimosa, Cordeiro e Lagoa do Araçá (Foto: Edson Holanda/PCR)

Enquanto o Sítio Trindade fervia de alegria junina, neste fim de semana, o balancê também tomou conta de vários bairros da cidade. Montados pela Prefeitura do Recife, para levar a festa para perto de quem estava com saudade de tomar conta das ruas para celebrar a vocação da capital pernambucana para os festejos públicos e populares, os polos descentralizados receberam mais de 60 atrações nestas sexta (1º) e sábado (2), nos bairros do Cordeiro, Barro, Bongi, Brasília Teimosa e Lagoa do Araçá. No próximo fim de semana, a festa se espalha por mais cinco bairros: Ibura, Campo Grande, Totó, Vila Tamandaré e Poço da Panela. Com o tema “São João, nossa bandeira”, a programação segue embalando a cidade até o próximo dia 15 de julho. 

Nos polos do Cordeiro e do Bongi, o público atendeu com gosto ao chamado da festa. Nem a chuva esfriou a animação, que mobilizou desde a criançada encantada pelas luzes dos festejos até a plateia com mais idade e mais saudade do clima tradicional do período. 

No Cordeiro, Zona Oeste do Recife, o início das apresentações de ontem (2) se deu com a tradicional Ciranda do Egídio. Matriarca do grupo, Zenaide Bezerra, 73, estampava no rosto o sorriso de quem arrasta gerações da família para a cultura da dança. “Comecei a dançar aos oito anos, com o meu pai. O nome da Ciranda, inclusive, vem dele, o homem que ensinou tudo o que eu sei. E aí foram entrando os meus filhos e os meus netos e bisnetos. A família é toda engajada, e não só em ciranda. Tem também o frevo, o xaxado e o coco de roda”. Da densa história, vem o agradecimento pelo momento. “Para mim, esses polos descentralizados têm muitatodo 

importância. Só em sair de casa e poder juntar o meu pessoal, filho, neto e bisneto, para brincar e dançar, para mim é tudo. É a minha vida.” 

O público infantil não ficou de fora. Danilo Correia, 20, aproveitou para levar os pequenos Nicolas, de apenas dois anos, e Karine, de 11, para a rua. “Foi muito boa essa ideia de ter atração infantil na programação dos polos. Pudemos vivenciar esse período depois de tanto tempo sem a festa. Precisávamos disso” 

No Bongi, também não faltaram animação e emoção. Forrozeira de marca maior e junina desde o berço, Rosilene Santos, 42, fez questão de sair de casa para ensinar à filha Melissa, de apenas cinco meses, sobre tradição e amor à cultura. “É uma festa de que eu gosto muito e já estou iniciando ela no São João. Cheguei cedo aqui no polo e tenho achado tudo muito ótimo. Passamos dois anos sem poder festejar”, contou, na noite de ontem. 

Na Lagoa do Araçá, até as atrações estavam emocionadas com a possibilidade de reencontrar o público. “Foram dois anos difíceis de perdas de pessoas queridas, inclusive de componentes da quadrilha, mas a emoção de poder voltar com amor e dedicação é inexplicável. A decisão da Prefeitura do Recife de adiar o São João foi muito positiva, está nos ajudando a manter a cultura viva”, disse Wellington Menezes, vice-presidente da quadrilha Junina Raízes, que se apresentou ontem, naquele que é um dos mais concorridos polos descentralizados.

Foi lá que Juliana Amorim, 35, assistiu à apresentação de uma quadrilha pela primeira vez, junto com o marido José Mario, 36, e o filho Arthur Miguel, 5. “Muito emocionante!”, declarou, entusiasmada. “Sou de Jaboatão, mas venho desde que estava grávida para a Lagoa do Araçá, porque acho o pólo muito tranquilo.”

Perto das águas, mas com a fogueira do coração acesa, os moradores de Brasília Teimosa também aproveitaram a festa até o último acorde. Moradora da comunidade desde que nasceu, Geime Francisca, 45, conta que é frequentadora assídua do pólo de Brasília Teimosa, durante os festejos juninos. “Todo ano eu venho. Adoro!”, contou, animada.

“Moro no bairro do Pina, bem pertinho, e acho super importante ter um polo na comunidade. Movimenta o comércio local, além de ser uma diversão gratuita”, celebrou também Joseildo Barbosa, 29 anos.A vendedora de macaxeira e sanduíche de carne de charque, Jessica Souza, 27 anos, é outra que, apesar da pouca idade, tem muita história junina para contar. “Todos os anos, desde pequena, eu acompanho a minha avó no polo. Já é uma tradição! A gente fica esperando o ano todo pelo São João, que é quando as vendas aumentam. E dá para curtir bastante: a gente trabalha e dança ao mesmo tempo.”

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