Médicos pernambucanos se reuniram na manhã desta sexta-feira (21), no Memorial da Medicina de Pernambuco, localizado no bairro do Derby, na área central do Recife, para dar início à campanha que busca angariar fundos para a reforma do Museu da Medicina de Pernambuco.
Durante o evento, foi descerrada uma placa em homenagem aos médicos que faleceram durante a pandemia de Covid-19 em Pernambuco. De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe), 52 médicos morreram em decorrência do coronavírus no Estado. Para lembrar a memória das vítimas, também foi plantada uma palmeira próximo ao local da placa.
Placa lembra os médicos que faleceram de Covid-19 – Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco
“Nós estamos aqui também para homenagear os médicos que morreram, que tombaram nos defendendo durante a epidemia da Covid-19. Eu acho que isso é um dever que nós tínhamos com aqueles heróis que realmente nos defenderam de forma colossal”, destacou o presidente da Academia Pernambucana de Medicina, Hildo Azevedo.
Como forma simbólica de iniciar as arrecadações em prol do museu, a cerimônia contou com o lançamento do livro “Instituto Pernambucano de História da Medicina – 75 anos de história”, escrito pelos médicos Miguel John Zumaeta Dhoerty, Renato Dornelas Câmara Neto e Luiz de Gonzaga Braga Barreto.
A obra está disponível para venda, exclusivamente no formato digital, por meio do site salveomuseudamedicina.com.br. O exemplar custa R$ 49,90.
Como explica Azevedo, a publicação busca preservar a memória da medicina exercida no estado. “Esse movimento aqui de um lançamento é quase que simbólico. É para chamar atenção da sociedade porque realmente o nosso passado não pode ser esquecido. Aquele que não sabe de onde vem e não vai saber para onde é que vai. Nós brasileiros temos a mania de não preservar o nosso passado, a nossa história”, disse.
“O passado médico precisa ser preservado para que a gente possa exercer uma melhor medicina no futuro e melhor ensinar os nossos futuros médicos a tratar melhor os nossos pacientes”, completou.
Azevedo lembrou, ainda, que o primeiro curso de medicina ministrado em Pernambuco foi cursado no imóvel onde funciona o memorial, que atualmente é gerido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“O curso médico de Pernambuco começou fundamentalmente aqui e pré-data de 1927. […] Aqui, nós congregamos entidades que cultuam a boa medicina, que cultuam o passado, que cultuam a história, que cultuam a defesa da ética, que cultuam a defesa do paciente no ponto final, que é a razão de ser da nossa existência e nós estamos sofrendo com a deterioração do médico e do prédio”, relatou.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Walber Steffano, destacou o valor histórico do museu para a categoria.
“Os médicos jovens precisam conhecer a história dos grandes médicos que formaram esse espaço que nós estamos, onde teve a primeira faculdade de medicina, que tem um valor histórico muito grande. Diante dessa situação, a história tem que perpetuar e, quando nós não sabemos da nossa história, nós não sabemos quem somos. Por isso, o Sindicato dos Médicos em conjunto com as entidades lançou essa campanha numa tentativa de resgatar a história da medicina pernambucana”, disse.
Um dos autores da obra, Miguel Dhoerty, enxerga o livro como uma homenagem aos profissionais e à população.
“Esse é um evento que vai marcar a homenagem a pessoas ilustres que marcaram o nosso passado e que fizeram a história da medicina pernambucana. O livro retrata a história não só da própria entidade médica, da classe médica pernambucana em termos de medicina do estado, mas também é uma homenagem às pessoas que fizeram a medicina de Pernambuco, que fizeram a diferença aqui para a sociedade. Na verdade, é uma homenagem ao povo pernambucano que se beneficiou da atividade de tantos médicos que prestaram serviços à comunidade”, pontuou.
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