A vitória de virada por 3×2, no Arruda, contra o Atlético/BA, deu a impressão de que o tom da coletiva de imprensa do técnico do Santa Cruz, Leston Júnior, seria mais ameno. Mas passou longe. Acompanhado dos atletas, membros da comissão técnica e do executivo de futebol, Marcelo Segurado, o profissional desabafou sobre os atrasos salariais no Tricolor, as dificuldades no ambiente de trabalho e a necessidade de união. “O clube está largado”.
“Estamos acompanhando o que é dito lá fora em relação ao que acontece no clube e isso tem incomodado a todos. O Santa Cruz é um gigante do Nordeste, do futebol brasileiro, mas isso só é relacionado à história. O momento do clube não condiz. Começo por uma palavra: respeito. Esses caras que estão aqui (jogadores, comissão e funcionários) têm mais respeito ao Santa do que muita gente que vive por aí, dizendo que ama. Aqui não está um desabafo para reivindicar apenas os salários de funcionários, atletas e jogadores. A instituição hoje vive o pior momento de sua história”, disse.
“Faltam coisas básicas. Basta ver as condições de trabalho que temos. O clube está largado. Não digo que é responsabilidade de quem está na presidência porque ele está aqui todo dia, mas muitos falaram que estavam juntos, na época da eleição, mas não possuem amor ao clube. Esse clube só vai ressurgir se tiver união, dando condições aos funcionários, com dignidade. Todo mundo aqui é pai de família, precisa pagar as contas. Não somos máquinas. Temos problemas e jogamos por sobrevivência nesse mundo capitalista. Não queremos luxos: queremos campo, alimentação em boa condição e salário. Se o segurança não recebe, o médico não recebe, uns falam “mas eles não jogam”. Eles são importantes como os caras que estão aqui. Fomos treinar e só tínhamos seis bolas. Esse é o maior clube da Série D? Que vai conseguir o acesso? É preciso mudar”, reclamou.
O executivo do clube, Marcelo Segurado, chegou a citar que o grupo sofreu ameaças de morte. “Quem está se acabando é o Santa. Existe um projeto e ele precisa ir para frente. Em momento algum esse grupo esmoreceu. Estamos apenas expondo as dificuldades. Fomos ameaçados de morte. Isso não é amor. Precisamos de estrutura. O presidente está aqui, mas cadê as pessoas que iam ajudar?”, questionou.
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Fonte: Folha PE
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