Faltando menos de um ano para as eleições em Pernambuco, o cenário político estadual segue consolidando uma ampla vantagem para o prefeito do Recife, João Campos (PSB), em relação à governadora Raquel Lyra (PSD), que busca a reeleição. O jovem socialista lidera todas as pesquisas com folga, enquanto a gestora estadual, mesmo após três anos de mandato, enfrenta dificuldades para reverter a avaliação negativa sobretudo na Região Metropolitana.
A ascensão de Raquel Lyra em 2022
Eleita a primeira mulher governadora da história de Pernambuco, Raquel Lyra conquistou a vitória em 2022 num contexto marcado por uma tragédia pessoal que comoveu o estado no dia da eleição. Até então, o cenário apontava para um provável segundo turno entre Anderson Ferreira (PL) e Marília Arraes (SD). Contudo, Raquel conseguiu, com forte desempenho nos debates, transmitir preparo e convencer os eleitores de que reunia as melhores condições para governar Pernambuco.
Três anos de governo: avanços e desgaste político
Passados três anos, Raquel Lyra apresenta entregas importantes em obras e programas, mas enfrenta críticas pela condução política. A governadora não conseguiu ampliar seu arco de alianças e manteve grande parte de seus antigos aliados de Caruaru em posições de destaque. Muitos apoiadores que acreditavam em espaço no governo ficaram à margem, e a falta de diálogo acabou gerando fissuras.
Na prática, a “mão de ferro” com que conduziu sua gestão fechou portas e desgastou sua imagem junto a lideranças que esperavam maior abertura.
O estilo João Campos: diálogo e digital
Na contramão, João Campos vem se destacando não apenas pela administração do Recife, mas também por sua habilidade política. Apesar de ter prometido independência em relação a algumas forças tradicionais, o prefeito apostou no diálogo e na ampliação de alianças. Essa postura tem rendido apoios e fortalecido sua imagem como articulador.
Outro ponto de destaque é sua atuação no campo digital. Em um cenário político cada vez mais imerso em tecnologia e redes sociais, João se sobressai pela comunicação ágil e moderna, que ampliou seu alcance e sua popularidade entre os jovens.
Os limites da estratégia de Raquel na Região Metropolitana
Na tentativa de reagir, Raquel Lyra buscou apoio de nomes estratégicos da Região Metropolitana, como a prefeita de Olinda, Mirella Almeida, e o prefeito de Jaboatão, Mano Medeiros. Porém, a movimentação não trouxe o resultado esperado. A percepção de muitos é que a governadora fez mais anúncios do que entregas concretas.
Problemas crônicos seguem sem solução: hospitais sucateados, estradas em más condições e, principalmente, a falta de resposta efetiva sobre a situação da orla, que preocupa moradores e comerciantes.
Cenário de incerteza, mas com clara vantagem
Embora ainda exista tempo até a eleição, a avaliação da gestão e o isolamento político dificultam a missão de Raquel Lyra. Ao mesmo tempo, João Campos amplia sua rede de apoios e pode conquistar até prefeitos que hoje estão no palanque governista.
O quadro atual mostra que, em política, “prego batido e ponta virada” não existe, mas a dianteira de João parece cada vez mais consolidada. Resta saber se a governadora conseguirá reverter esse quadro em um curto espaço de tempo ou se Pernambuco caminhará para uma eleição de 2026 marcada pelo retorno do PSB ao comando do estado.
Em tempo – Será que algum prefeito(a) da Região Metropolitana vai pular do barco de Raquel antes que ele afunde ? Motivos eles tem … muitos anúncios e poucas entregas ..