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Legenda da foto, Homens iranianos participam de uma cerimônia em 24/10 em homenagem ao líder do Hamas morto, Yahya Sinwar

O exército de Israel diz que os ataques foram direcionados contra alvos militares iranianos — e todos os aviões que participaram da operação retornaram ao país em segurança.

Segundo as informações divulgadas, bases militares no oeste e no sudoeste da capital iraniana foram os alvos. O exército do Irã disse que quatro soldados foram mortos.

Os Estados Unidos foram informados sobre os ataques com antecedência, mas não tiveram nenhum envolvimento na operação, de acordo com o Pentágono.

No domingo (27/10), o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse que os ataques aéreos israelenses não devem “ser minimizados nem exagerados”.

Khamenei também afirmou que Israel fez um “erro de cálculo” sobre o Irã, e que Teerã deve “corrigir” isso, de acordo com a agência de notícias IRNA.

“Eles não conhecem o Irã” e “ainda não entenderam corretamente o poder, a capacidade, a iniciativa e a vontade da nação iraniana. Devemos fazê-los entender”, acrescentou ele.

A questão agora é se e como o Irã responderá na prática.

Possíveis respostas iranianas

Para Jeremy Bowen, editor de assuntos internacionais da BBC, os ataques israelenses eram esperados.

Desde a operação com mísseis balísticos realizada pelo Irã em 1º de outubro, Israel disse que essa resposta viria.

A questão agora é se o Irã dará uma nova resposta.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse a Israel para não mirar em instalações nucleares, de petróleo ou de gás do Irã. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu seguiu o conselho no contra-ataque realizado nas últimas horas.

Bowen escreve que os americanos esperam que o ataque focado apenas em alvos militares possa persuadir o Irã a não lançar outra leva de mísseis contra Israel.

“É difícil impedir rodadas sucessivas de ataques e contra-ataques quando os países envolvidos acreditam que serão vistos como fracos e dissuadidos se não responderem. É assim que as guerras aumentam e pioram”, avalia ele.

“Em 1º de outubro, o Irã revidava os ataques de Israel a seus aliados — especialmente o Hezbollah no Líbano. Agora, Israel diz que está respondendo a meses de ataques contínuos do Irã — não apenas os mísseis balísticos, mas também às ações de aliados e representantes do Irã.”

Bowen lembra que Israel também realiza uma grande ofensiva no norte de Gaza.

O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, classifica o momento atual como o mais sombrio da guerra de Gaza — com o exército israelense sujeitando uma população inteira a bombardeios, cercos e risco de fome.

“É impossível para alguém de fora saber se o momento dos ataques de Israel ao Irã foi projetado para desviar a atenção internacional do norte de Gaza. Mas pode ter sido parte do cálculo”, pontua Bowen.

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Legenda da foto, Instalações militares em Teerã foram alvo de ataque israelense

Irã tem direito de se defender, diz Ministério das Relações Exteriores do país

Representantes do Irã disseram que o país tem “direito e obrigação de se defender” depois que Israel lançou ataques aéreos de retaliação contra o país.

Em uma declaração, o Ministério das Relações Exteriores iraniano condenou o ataque de Israel e o descreveu como uma “clara violação” do direito internacional.

“A República Islâmica do Irã se considera com direito e obrigação de se defender contra atos estrangeiros de agressão”, diz o texto, que cita o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas.

Irã paga o preço pelos ataques recentes, diz Israel

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, declarou que o Irã “pagou o preço” por seus ataques recentes a Israel.

Ele afirmou que Israel realizou “ataques precisos e direcionados a alvos em diferentes partes do Irã”.

Esses alvos incluíram instalações de fabricação de mísseis, conjuntos de mísseis ar-terra e outras capacidades aéreas, detalhou ele.

Hagari afirmou que Israel selecionou esses locais a partir de um “amplo banco de alvos” e que seria capaz de “selecionar alvos adicionais e atacá-los, se necessário”.

“Esta é uma mensagem clara. Aqueles que ameaçam o Estado de Israel pagarão um preço alto”, concluiu ele.