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Infecção por Ômicron não protege contra outras variantes, mostra estudo

Diferentemente do que se pensava, infecções pela variante Ômicron do coronavírus não protegem contra outras linhagens da doença. Foi o que revelou um novo estudo sobre o vírus. Descobertas recentes também mostram que mortes hospitalares por coronavírus sobem nos finais de semana, e que as taxas de internação entre crianças não vacinadas é duas vezes maior do que entre as imunizadas.

A seguir, publicamos um resumo desses três estudos. Eles, no entanto, ainda precisam ser revisados por pares.

É improvável que pessoas não vacinadas infectadas com a variante Ômicron desenvolvam respostas imunes que as protejam contra outras variantes do coronavírus, sugere um novo estudo.

Ao contrário dos anticorpos induzidos pelas vacinas contra a Covid-19 ou infecções com variantes anteriores do SARS-CoV-2, os anticorpos induzidos pelas variantes Ômicron BA.1 e BA.2 não neutralizam outras versões do vírus, descobriram pesquisadores depois de analisarem amostras de sangue obtidas após uma infecção por Ômicron.

Pessoas que se contaminaram com a Ômicron depois de serem vacinadas com três doses de imunizantes projetados para neutralizar as versões anteriores do vírus apresentaram altos níveis de anticorpos neutralizantes contra as duas sublinhagens da variante, embora a eficiência tenha sido menor do que nas versões anteriores do SARS-CoV-2, de acordo com a um relatório submetido à revisão por pares no Nature Portfolio e publicado no Research Square.

Mas entre aqueles cujos sistemas imunológicos não foram preparados para reconhecer o vírus por vacinação ou por infecção natural, os anticorpos criados após a infecção por Ômicron “foram muito específicos para a respectiva variante Ômicron e não detectamos quase nenhum anticorpo neutralizante direcionado a cepas de vírus não Ômicron”, disseram Karin Stiasny e Judity Aberle, da Universidade Médica de Viena, na Áustria, em um e-mail conjunto.

Os anticorpos induzidos por BA.2 parecem ser particularmente improváveis de proteger contra qualquer outra variante, acrescentaram. O estudo “enfatiza a importância das vacinas de reforço para a proteção imunológica”.

O número médio de mortes globais por Covid-19 foi 6% maior nos finais de semana em comparação aos dias úteis durante a pandemia, segundo estatísticas relatadas à Organização Mundial da Saúde (OMS) entre março de 2020 e março de 2022.

A pesquisa descobriu que em todo o mundo houve, em média, mais 449 mortes por Covid nos fins de semana do que nos dias de semana (8.532 versus 8.083). O maior aumento absoluto nas mortes por Covid-19 no fim de semana foi nos Estados Unidos (média de 1.483 mortes no fim de semana versus 1.220 mortes durante a semana), seguido pelo Brasil (1.061 versus 823), Reino Unido (239 versus 215) e Canadá (56 versus 48 mortes).

Apenas a Alemanha relatou significativamente menos mortes médias nos fins de semana em comparação com os dias da semana. O aumento das mortes por Covid-19 nos fins de semana pode refletir atrasos nos relatórios, mas também é provável que se deva aos níveis de pessoal hospitalar e outros fatores organizacionais, disseram os pesquisadores em comunicado.

Os dados não levam em consideração os fatores de risco individuais dos pacientes, as políticas locais e as intervenções de saúde pública, que poderiam ter afetado os resultados. “Mais estudos, com dados clínicos detalhados são necessários para investigar os fatores e as causas do risco de morte em dias de semana e fins de semana por Covid-19”, disseram os pesquisadores no comunicado.

As taxas de hospitalização de crianças de 5 a 11 anos não vacinadas foram duas vezes maiores durante o pico da Ômicron nos Estados Unidos do que entre aquelas que receberam o imunizante, relatou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças nesta terça-feira.

Para cada 100 mil crianças não vacinadas na faixa etária, 19,1 foram hospitalizadas com Covid-19, em comparação com 9,2 por 100 mil crianças vacinadas. Os pesquisadores analisaram cerca de 400 internações em 14 estados durante o período.

Descobriu-se que, entre as 397 crianças que foram hospitalizadas com Covid quando a Ômicron era dominante, 87% não foram vacinadas, um terço não tinha condições médicas subjacentes e 19% foram internadas em uma unidade de terapia intensiva (UTI).

O estudo também revelou que as taxas de pico de hospitalização por Covid-19 entre crianças na faixa etária foram maiores durante a onda Omicron do que quando Delta era a variante predominante.

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Fonte: Folha PE

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