A associação internacional que regula as regras do futebol (IFAB) estuda mudanças na regra das partidas com o objetivo de otimizar o tempo dos jogos. Os legisladores da entidade analisarão uma proposta de implementar o chamado tempo corrido, no qual o relógio para toda vez que o jogo está parado, assim como ocorre nas partidas de futsal, por exemplo.
Segundo o jornal britânico The Guardian, uma reunião entre membros da entidade em Wembley nesta quarta-feira dará início às discussões sobre mudanças pontuais nas regras das partidas. Um dos indicadores que estarão em pauta é a quantidade de tempo jogado na Premier League, que atingiu recordes mínimos nesta temporada.
Representantes da Fifa e das quatro Nações Unidas discutirão três soluções possíveis, de acordo o Guardian. A primeira seria reiterar o pedido aos árbitros para aplicarem as regras existentes, como a que exige que goleiros fiquem apenas seis segundos com a bola nas mãos antes de reiniciarem o jogo. A segunda, seguindo o exemplo da Copa do Mundo, o tempo de acréscimo deverá obedecer a uma estimativa “muito mais rigorosa” do tempo de jogo perdido.
Por fim, a mudança mais radical a ser discutida seria a adoção do tempo corrido. Um cronômetro externo foi defendido por figuras influentes, incluindo o diretor do Manchester United, Sir Alex Ferguson, e o ex-vice-presidente do Arsenal, David Dein.
Uma análise da emissora de TV Sky Sports apontou um número decrescente de minutos efetivamente jogados em partidas da Premier League nesta temporada. Em mais de 20 jogos da competição, os torcedores viram menos de 45 minutos com bola rolando, dos 90 minutos de jogo. E o problema ocorre em toda a Europa, como na Bundesliga, na Alemanha, a Serie A, na Itália e a La Liga, na Espanha, registrando tempo de jogo efetivo ainda mais baixo do que na Premier League.
Atualmente, cabe ao quarto árbitro, e não mais ao árbitro principal, calcular o tempo que é adicionado ao final de uma partida. No entanto, um árbitro ainda pode aumentar esse tempo a seu critério. Ainda segundo o Guardian, devem ser feitas concessões para substituições, avaliação e remoção de jogadores lesionados, perda de tempo, sanções disciplinares, interrupções médicas, como bebidas e pausas para resfriamento, verificações do árbitro de vídeo e qualquer outra coisa que atrase o reinício, incluindo comemorações de gol.
Responsável pela arbitragem na Inglaterra, Howard Webb sugeriu que, primeiro, gostaria de ver as regras existentes aplicadas com mais rigor.
“Sou um grande defensor de garantir que capacitemos os árbitros a agir contra jogadores que atrasam o reinício e aqueles que imediatamente ficam na frente de cobranças de falta para impedir que sejam cobrados”, disse ele, descrevendo os métodos da Copa do Mundo da Fifa como “incomum”.
Também na agenda da reunião de quarta-feira estarão substitutos temporários para concussões, com testes para um sistema semelhante ao utilizado no rúgbi, onde substituições de lesões na cabeça no jogo não são consideradas.
A Premier League, a Ligue 1 e a Major League Soccer, dos Estados Unidos, assim como os sindicatos de jogadores, são a favor de permitir que os times tragam um substituto temporário para que os médicos tenham uma janela fora do campo de cerca de 15 minutos para definir se o jogador sofreu uma concussão.
“O alcance e a influência globais únicos do futebol significam que ele deve liderar o caminho para tornar as medidas de segurança dos jogadores o mais eficazes possível”, disse o Dr. Adam White, chefe de saúde cerebral da PFA.
O Conselho da Associação Internacional de Futebol também discutirá diretrizes sobre impedimentos. O tema voltou à pauta após o gol de empate do Manchester United contra o Manchester City no último sábado, quando um impedimento de Marcus Rashford foi marcado por ele supostamente “distrair” os zagueiros do City, dando espaço para Bruno Fernandes, que vinha de posição legal, receber o passe e marcar o gol.
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Fonte: Folha PE