O brasileiro Caio Benicio, 43 anos de idade, após fechar seu restaurante no Brasil, durante a pandemia de covid 19, mudou-se para Dublin, na Irlanda, onde empregou-se como motociclista entregador de encomendas de uma empresa.
Foi surpreendido final da semana passada, por uma cena incomum, três pessoas estavam feridas e o agressor avançava para uma criança e uma mulher, de faca na mão ameaçador. Caio estava desarmado, todavia não ficaria inerte. Usou o capacete, protetor contra acidente, para bater na cabeça do criminoso nocauteando-o.
Agiu em legítima defesa de terceiros, arriscando a própria vida, e o povo irlandês aplaudiu-lhe o Heroísmo agradecido. Mais do que herói tornou-se ídolo, recebeu beijos e abraços de sobra atestando isso. Tornou-se o mais querido do momento.
O delinquente foi preso, em flagrante delito, ele que no mesmo dia esfaqueava outras vítimas. Seria um terrorista? As autoridades dizem que não. Seria um esquizofrênico em surto de violência? Ainda não se sabe, entretanto o Estado investiga para fazer justiça.
Quanto a Caio, não é um desses trabalhadores remunerados pelo Estado para enfrentar o perigo, à semelhança dos bombeiros, dos Policiais civis e Militares. Trata-se de um cidadão humilde, pacato, de sorriso descontraído que teve a coragem e o destemor de ser solidário na hora necessária. Provavelmente acredita em Deus demonstrando simplicidade e amor ao próximo.
José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
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28/11/2023 às 10:09