Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

A foto usada no site foi tirada durante um jogo na Alemanha em 2023

  • Author, Sean Coughlan
  • Role, Correspondente real da BBC

O príncipe Harry e sua mulher, Meghan, fizeram uma reformulação em sua presença online, lançando um site com sua nova marca.

Com o título “O gabinete do Príncipe Harry e Meghan, o Duque e a Duquesa de Sussex”, o site sussex.com tem um brasão de aparência majestosa na página principal.

A marca Archewell, da ONG criada por eles para ações de caridade e mídia, agora está em uma página interna do site, disponível através de um link na página principal.

É fácil imaginar que especialistas de publicidade tenham ajeitado cada detalhe de fontes, fotos e textos para vender a página. Mas afinal, o que Harry e Meghan estão tentando dizer?

Crédito, PA Media

Legenda da foto,

O duque e a duquesa de Sussex deixaram o cargo de membro atuante da realeza em 2020

1. Mensagem de bem-estar

A página principal do site é azul escura – uma cor que os profissionais de marketing gostam de associar a sentimentos de confiança e qualidade, sem falar na própria realeza.

Após alguns minutos, é carregada uma foto do casal, em que os dois aparecem sorrindo e batendo palmas: trata-se de uma mensagem de bem-estar, positividade e união.

A imagem foi tirada na cerimônia de encerramento dos últimos jogos Invictus, um evento multiesportivo internacional de militares criado pelo príncipe Harry.

Crédito, DUKE AND DUCHESS OF SUSSEX

Legenda da foto,

Página inicial do site de Harry e Meghan

2. O gabinete de…

Há uma atmosfera ex-presidencial no novo site, com o uso da expressão “gabinete”, do brasão e de páginas dedicadas a objetivos futuros e biografias que relembram triunfos e prêmios alcançados.

O objetivo é parecer elegante e simples. Mas é um estilo que também poderia funcionar para fazer publicidade de chocolates caros.

E por que sussex.com? Provavelmente o domínio H&M já estava sendo usado (pela marca de roupas H&M).

Não há menção a nenhum outro membro da realeza nas biografias do casal.

Em geral, a tentativa de usar ligações com a realeza como vantagem gera indignação do público. Mas no caso de Harry e Meghan, o que chama a atenção é a falta de qualquer menção à família real britânica.

O perfil do príncipe Harry menciona sua carreira militar, as instituições de caridade que ele apoia e seu livro de memórias O que sobra (Editoria Objetiva), mas nada sobre ser o quinto na linha de sucessão ao trono do Reino Unido.

Mas diminuir a exposição da marca Archewell faz sentido se eles pretendem ter uma atuação pública mais pessoal. Afinal, o conceito da Archewell pode ser confuso – é uma instituição de caridade ou uma empresa de mídia?

Agora, trata-se da marca deles como indivíduos, e não de sua estrutura corporativa.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Foto de arquivo de Harry (à dir.) com o irmão, o Príncipe William

4. Meghan como feminista

Meghan decidiu concentrar sua marca no seu trabalho de apoio às mulheres, com a sua biografia apresentando-a como uma “feminista e defensora dos direitos humanos e da igualdade de gênero”.

“Ao longo da vida, sua defesa das mulheres e meninas é um elemento constante nos seus empreendimentos humanitários e empresariais”, diz o texto.

É um posicionamento claro e sinaliza o tipo de projetos que podem estar em andamento. É um currículo que realmente não menciona seu tempo na família real – a única menção é seu casamento com Harry em 2018.

Em vez disso, destaca sua carreira de atriz e sua atuação em questões sociais, sem mencionar o Palácio de Buckingham.

5. Títulos

Os dois já não são membros ativos da realeza, mas em um ponto suas conexões familiares ficam evidentes.

As biografias de Harry e Meghan usam os títulos reais de seus filhos, descrevendo-os como “Príncipe Archie e Princesa Lilibet”.