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Há 50 anos, Ramon era artilheiro do Brasileirão pelo Santa Cruz; relembre feito do craque

Há 50 anos, um pernambucano, vindo da Usina Trapiche, na zona rural de Sirinhaém, se tornou artilheiro isolado do Campeonato Brasileiro, atuando também por um clube do estado. Terceiro maior goleador da história do Santa Cruz, Ramon, que completou 73 anos no último domingo (12), é o dono da marca, alcançada com a camisa coral no torneio de 1973. Hoje, a Folha de Pernambuco relembra o feito do homem que chegou até mesmo a ofuscar Pelé meio século atrás.

Os pioneiros

O primeiro pernambucano a ser goleador de um torneio nacional foi Carlos Ruiter, nascido em Pesqueira. Em 1963, pelo Confiança, o jogador marcou nove gols pela Taça Brasil – que foi unificada como um Campeonato Brasileiro décadas depois.

Em 1965, Pernambuco teve um artilheiro atuando por um clube do estado: Bita, do Náutico, com nove gols – feito que ele repetiu no ano seguinte, empatando no topo com Toninho Guerreiro, do Santos, ambos com 10 bolas na rede. Fechando a lista de goleadores do Trio de Ferro da Capital, Diego Souza, em 2016, à época pelo Sport, dividiu o posto máximo de gols da Série A com Fred e William Potker, todos com 14. 

Ramon encantou até Pelé

Pelo Brasileiro de 1973 – que só foi finalizado em 1974 -, Ramon marcou 21 gols pelo Santa Cruz. Fez parte de um elenco coral que foi pentacampeão pernambucano na temporada.

“Na minha época, tínhamos um time muito bom. Givanildo, Luciano Veloso, Betinho e outros jogadores de qualidade. Você não é artilheiro sozinho. Eu me inspirei muito no que Pelé fazia, no que Jairzinho fazia. Procurava copiá-los, ver como eles jogavam”, afirmou Ramon.

A fase do atacante do Santa Cruz era tão boa que ele conseguiu, mesmo que por apenas um dia, superar o maior atleta do mundo. “Vencemos um jogo contra o Santos por 3×2, no Arruda, e eu marquei duas vezes. No final, Pelé chamou Gena e disse: ‘esse centroavante é bom assim mesmo ou foi somente hoje?’. Ele pediu aos dirigentes do Santos para me contratarem, mas não houve acordo com o Gastão de Almeida (então presidente do Santa Cruz)”, contou.

Ramon também recusou no período uma proposta do Sporting, de Portugal. “Aceitei ficar no Santa porque queria ser artilheiro. Comecei a ver que poderia ser, mesmo tendo Pelé e outros craques no torneio”, citou. Ao término da competição, Ramon marcou um a mais que Leivinha (Palmeiras) e Mirandinha (São Paulo).

Vivendo grande fase, Ramon chegou próximo a disputar uma vaga no ataque brasileiro para a Copa do Mundo de 1974. “Tive uma conversa com Zagallo e achava que era possível ganhar uma oportunidade, mas sofri uma contusão, praticamente perdendo o ano todo. Não sei se teria sido convocado, mas se eu estivesse jogando, tinha uma chance”, lamentou.

Há 10 anos, Ramon foi homenageado pelo Santa Cruz pelo feito, ganhando uma placa em alusão aos 40 anos da conquista. O ex-atacante ainda vestiu as camisas de Internacional, Vasco, Sport, Ceará e Goiás.

Fonte: Folha PE

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