Há 30 anos, os brasileiros iam as urnas para decidir se queriam como forma de governo a República ou a Monarquia e se o sistema deveria ser presidencialista ou parlamentarista. Foi uma determinação constitucional prevista no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Na época, segundo o professor Rodrigo Prando, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi difícil porque o eleitor teve de tentar entender a diferença entre um e outro. Houve quem quisesse votar no Rei Pelé ou no Rei Roberto Carlos. Brincadeiras à parte, a gente perguntou para o professor se o plebiscito fosse hoje, se o resultado teria sido diferente. “Dada a nossa cultura política, o resultado seria o mesmo. A maioria escolheria a república presidencial e não parlamentar. Quando e discute o sistema parlamentar ou semi-presidencialismo é porque nós temos alguma crise aguda dentro da política do pais e todas as vezes que temos uma crise não é um bom momento de escolha, pode distorcer a compreensão da média dos eleitores”, disse.
Ele ainda lembra que tempos de crise política suscitam esse tipo de discussão. “Às vésperas tem a incompreensão de como se organiza a política e o estado gera desinformação política ataques sistemáticos à politica os nossos regimes e a democracia”.
O professor defende a Reforma Política, mas feita com muita discussão e debate com a sociedade. Se existe solução mágica, ou sistema político perfeito, o professor responde . “As crises que a gente tem vivenciado nos coloca numa situação de uma doença social que é perigoso. Não existe solução mágica”, diz.
Só lembrando que naquele 21 de abril de 1993, mais de 90 milhões de eleitores foram às urnas. A República venceu com 66% dos votos. A Monarquia recebeu 10%. O restante foi em branco ou nulo. Já na escolha entre sistema de governo, a diferença foi menor. 55% optaram pelo presidencialismo, o que temos até hoje, e 24% pelo parlamentarismo.
Fonte: Agência Brasil
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