Há exatos 199 anos atrás, em 15 de agosto de 1823, o Pará se unia ao resto do Brasil em sua independência da Coroa Portuguesa. Com fortes influências da elite lusitana, o Grão-Pará, como era conhecido na época, foi a última província a reconhecer o Império Brasileiro, quase um ano depois da Declaração da Independência.
Os generais, cardeais e comerciantes eram todos de origem portuguesa e não queriam que o Pará aderisse à Independência do Brasil, porque este ato significava perder os privilégios políticos. Por causa da menor distância de navegação em relação a Portugal, Belém também tinha relações tão estreitas quanto o Rio de Janeiro com a corte europeia.
Sendo assim, esse fato histórico não aconteceu de maneira pacífica. Em 1923, Dom Pedro I enviou até o Pará o comandante inglês John Grenfell. Ele desembarcou trazendo aos governantes do Estado um documento afirmando que havia uma esquadra em Salinas, região litorânea do nordeste paraense, a cerca de 200 km de Belém, pronta para bloquear o acesso ao porto da capital, isolando o Pará do resto do Brasil, caso a adesão não fosse aceita. O documento foi assinado. Mas segundo historiadores, o relato da esquadra ancorada para atacar o estado não passou de um blefe.
A ata contendo 107 assinaturas de autoridades da época, concordando com a separação de Portugal, foi assinada no Palácio Lauro Sodré, sede da Colônia Portuguesa do Grão-Pará na época, e encontra-se hoje no Arquivo Público do Estado.
Fonte: Agência Brasil
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