- Amanda Mont’Alvão Veloso
- De São Paulo para a BBC News Brasil
Uma experiência arriscada, dolorosa, de altíssimo investimento e retornos completamente imprevisíveis. Ou então, a certeza da salvação, o propósito encontrado, a metade da laranja que completa o que faltava e adoça a vida.
No drama ou na promessa, fato é que não paramos de falar de amor. Mas é ele que diz de nós, como demonstra a psicanalista, pesquisadora e professora universitária Ana Suy em seu recém-lançado livro A gente mira no amor e acerta na solidão (Paidós).
“Nossa chegada ao mundo tem essa premissa: somos seres radicalmente desamparados. É o outro, com seu amor, seu leite, sua decisão, que faz furo nesse desamparo e assim nos liga à vida, a nós mesmos, ao resto das pessoas”, escreve.
Nesta entrevista à BBC News Brasil, Suy destaca as ambivalências e complexidades do amor, sustentado por um imaginário dominado pelo “e foram felizes para sempre”, mas alimentado diariamente com a ideia de que o amor esteja à venda, como uma mercadoria.
Fundamental para a vida de todos, o amor é origem, percurso e destino – inclusive, com desembarques e descarrilamentos. “O amor precisa de espaço, de distância, de brechas. O amor é ponte. Que sentido tem de fazer ponte num mesmo continente?”
Confira os principais trechos da entrevista.
BBC News Brasil – No livro você argumenta o quanto o amor é uma vivência criada a partir do impossível, que é encontrar a parte que nos falta. A partir disso, podemos pensar que as propagandas do amor são “enganosas”, na medida em que prometem o que nunca será alcançado?
Ana Suy – A fantasia amorosa é uma fantasia de completude, é a fantasia de que poderíamos viver sem algum mal-estar, mal-estar esse que seria aniquilado pelo parceiro no amor. Nesse sentido, podemos pensar que o amor é um engano, uma vez que nele a gente acha ou sente como se tivesse encontrado algo de si no outro. Assim, o amor é narcísico. Amamos a sensação de nos sentirmos completos, realizados.
No entanto, eu penso que o amor é mais do que isso, porque no amor, diferentemente da paixão, o outro dá notícias de que ele não se identifica completamente ao que idealizamos que ele seria. Então, talvez possamos dizer que as propagandas do amor são enganosas, mas não por culpa delas. O amor é enganoso.
BBC News Brasil – E por que é tão fundamental que os seres humanos vivam essa impossibilidade?
Suy – Porque senão o amor acaba! O amor é movimento, e não faz sentido nos movimentarmos se tudo está ali. O amor é ponte, precisa que duas porções de terra estejam distanciadas para que sua existência se justifique. O amor é linguagem, é preciso que algo não seja tão bem dito assim para que a palavra possa se relançar.
É preciso que algo falte para que possamos ir ao outro. E se o outro tiver o que nos falta, nos fechamos em nós mesmos, fagocitando o outro, e o amor acaba. As histórias que são felizes e sem falta terminam com o “e foram felizes para sempre”. E terminam mesmo. Se a história for ter continuação, algum desencontro precisará acontecer. No amor o impossível não cansa de dar suas caras e assim nos convocar a fazer reinvenções amorosas.
BBC News Brasil – Uma palavra muito em voga é a empatia, colocar-se no lugar do outro para respeitá-lo. Porém, como você assinala, o amor convoca as pessoas à experiência de alteridade, que é justamente a de conviver e reconhecer o outro. Por que alguns amores são tão narcísicos e o que costuma acontecer quando se descobre que esse outro é diferente e tem desejos próprios?
Suy – O amor é essencialmente narcísico, embora isso não seja tudo sobre ele. Se vemos uma pessoa com as lentes da paixão, vemos, sobretudo, a nós mesmos e por isso essa pessoa é apaixonante. Na medida em que essa pessoa vai nos frustrando, vamos nos decepcionando com ela, vamos encontrando com uma alteridade – não só na pessoa amada, mas em nós mesmos. Uma parceria amorosa onde se encontra alegria pode ser radicalmente diferente da parceria amorosa que se idealizou. Se a parceria amorosa se sustenta é porque cada um dos parceiros encontrou com uma brecha em sua própria imagem e decidiu ficar.
Dito de outro modo, alguém que tem o ideal de fazer casal para ter filhos, por exemplo, mas encontra alguém que não quer tê-los e fica mesmo assim, às vezes discutindo muito, às vezes achando uma solução… Poxa, não seria mais fácil encontrar alguém que também quisesse ter filhos? Não era para ser simples?
Acontece que, frequentemente, essa pessoa já encontrou várias outras que atendiam ao seu ideal (de ter filhos, por exemplo) e a coisa não rolou. Amamos com o inconsciente, não sabemos explicar as razões pelas quais amamos uma pessoa e não a outra. O amor é um mistério que, diga-se de passagem, amamos. Assim, não amamos apenas as pessoas, amamos o próprio amor – o que, muitas vezes, pode nos levar a ter grandes dificuldades para reconhecer quando o amor acaba e não pode mais ser reinventado.
BBC News Brasil – Por que é comum que as pessoas se sintam desmoronando quando o amor acaba ou não é correspondido?
Suy – Ao amar, perdemos narcisismo, porque endereçamos ao outro uma libido que seria do próprio eu. Assim, amar demanda ser amado. Se eu tenho fome e te dou meu pão, só saciarei a minha fome se você me der o seu pão. Por isso o amor demanda reciprocidade.
Freud diz que o apaixonado é humilde. Isso porque para amarmos alguém, o presenteamos com aquilo que antes era amor próprio. Se esse circuito não funciona, então, se o outro não me ama, se o outro não me dá seu pão, eu sinto fome….de amor. A isso chamamos de sofrimento. O problema é que não sabemos como parar de amar alguém, aí nosso narcisismo vai ficando cada vez mais empobrecido. Não sabemos como parar esse sofrimento.
Às vezes, no entanto, o circuito pode funcionar, eu te dou o meu pão, você me dá o seu, mas em algum momento ele pode simplesmente parar de funcionar. Isso é muito duro porque desmonta o nosso castelo de areia. Nós nos identificamos à imagem de que somos seres amáveis, de que somos seres amados. Essa é a estrutura do nosso narcisismo. Se o outro deixa de me amar, eu perco a imagem de que sou amável para o outro, e com isso perco a minha própria imagem, me perco de mim.
Não por acaso dizemos que o luto é um “trabalho”. Não se trata apenas de perder o outro, o que já seria muito, mas sobretudo, de perder quem eu era para o outro, quem eu achava que era para mim mesmo. É uma reinvenção de si.
Há, ainda, uma outra camada importante de dizer, que é o fato de que quando um amor que funcionava para de funcionar, a gente perde também o ideal que tínhamos do que era o amor. Não é raro alguém sair de um relacionamento dizendo que não acredita mais no amor, que ficará só para sempre, e às vezes até fica mesmo. Recuperar-se da perda do ideal amoroso pode ser muito doloroso.
BBC News Brasil – Há amor em relacionamentos abusivos?
Suy – Acho difícil dizer isso porque a gente não tem clareza do que é o amor e também não tem do que é um relacionamento abusivo. Penso que esse termo tem se propagado, muitas vezes, de uma maneira moralista, como se pudéssemos legislar sobre o que é ou não é amor. É uma questão tão complexa! Fico tentada aqui a ir por um caminho simples demais e dizer que não, não tem, que amor é saudável, amor faz bem e que onde tem amor tem sempre respeito.
Mas a verdade é que as fronteiras entre amor e outras coisas são sempre mais borradas do que gostaríamos. E se dissermos que em relacionamentos abusivos tem amor? O que isso mudaria? Isso justificaria tolher a liberdade do outro? De que serve o amor, se não há respeito?
Então, acho que o que nos interessa é menos colocar o amor num polo e o relacionamento abusivo no outro, e mais tratar das ambivalências no amor. O ódio faz parte do amor, nos indica Freud. Mas como dosar esse ódio, como vivê-lo de modo que ele não mate o próprio amor ou o torne intolerável? É uma pergunta que se faz a cada caso.
BBC News Brasil – Em sua opinião, de que é feito o imaginário contemporâneo das relações amorosas? Quais clichês, expectativas e comportamentos costumam estar presentes?
Suy – Acho que muitos de nós somos da geração Disney, né? Que é a geração do e-foram-felizes-para-sempre, sem colocar em questão o que acontece quando se fecha o livro, quando o filme acaba. Confundimos amor com paixão. Junto a isso somamos nosso atravessamento pelo discurso capitalista que nos vende a ideia de que nós merecemos ser amados, que o amor está à venda. Confundimos amor com meritocracia e confundimos o par amoroso como um objeto a ser consumido. Assim, o outro precisa atender às nossas exigências, precisa estar de acordo com o objeto que gostaríamos de consumir.
Só que se as coisas andam bem, o outro (e nós também, já que sempre somos o outro de alguém) vai dar provas de que ele não se reduz a um objeto, que tem vontades próprias e outras idealizações. Se podemos inventar um modo de acolher e ser acolhido com alguém que também encontra um jeito de fazer esse malabarismo, algo do amor pode vir a acontecer.
Mas, respondendo à sua pergunta de modo mais direto, nosso imaginário é o de que o amor é a resposta, quando na verdade está mais para uma pergunta.
BBC News Brasil – O que o isolamento, o medo e o desamparo instalados pela pandemia de covid-19 trouxeram para as relações amorosas?
Suy – Certamente as relações amorosas foram e estão profundamente afetadas pelo enfrentamento da pandemia. Por diversos motivos. O primeiro deles é o mais prático, que diz respeito ao modo de viver a vida, à divisão de tarefas em casa. A pandemia escancarou o quanto em muitas casas as mulheres estavam sobrecarregadas em relação aos homens e o quanto isso não precisa mais ser engolido a seco por nós mulheres.
Não por acaso, o número de divórcios aumentou. Se em outros momentos uma mulher precisava estar casada com um homem para poder votar, estudar, trabalhar, já não é mais preciso. Isso muda a relação que as mulheres têm com os homens, com suas parcerias amorosas, com o amor.
Um segundo motivo tem relação com os valores. A pandemia nos colocou em xeque com a fragilidade da vida e isso é um baita convite a repensar o que fazemos do breve tempo que temos vivos. Muitos casais viveram isso em sintonias muito diferentes, ou apenas um deles viveu e o outro, não.
Um terceiro motivo, ainda, é que o amor precisa de espaço, de distância, de brechas. Como disse ali em cima, o amor é ponte. Que sentido tem de fazer ponte num mesmo continente? O excesso de convivência certamente teve efeitos sobre os casais. O erotismo passa pelo encontro com um estrangeirismo no outro. E fica muito difícil isso quando se faz tudo juntos e o outro parece ser uma extensão do seu próprio corpo.
BBC News Brasil – Freud, já na fundação da Psicanálise, anunciava a diversidade do amor e dos arranjos afetivos. Qual a importância de considerarmos, como sociedade, a pluralidade de referenciais?
Suy – A sexualidade humana é errante. Diferente dos outros animais, que não são seres de linguagem e que por isso podem se orientar pelo instinto, os seres humanos não dispõem dessa facilidade. Assim, os animais vivem e se reproduzem por instinto, os seres humanos, não.
O amor é justamente uma prova disso, do quanto a nossa sexualidade é errante. Uma mulher que deu à luz a uma criança pode não se tornar mãe dela, e outra pode vir a adotá-la e se tornar mãe dela, por exemplo. O amor é uma invenção que fazemos enquanto seres de linguagem. Assim, tratando-se de uma invenção, isso pode ser vivido de várias formas.
Sabemos que a monogamia, por muito tempo, era uma forma de os homens saberem que os filhos que as mulheres tinham eram deles mesmos e não de outros homens. Afinal, uma mulher que dá à luz a uma criança sabe que o filho que foi parido veio dela, mas o homem nunca pode saber, a não ser que essa mulher não tenha outras relações sexuais, é uma questão de lógica, simbólica. Por muito tempo, esse foi o molde dos relacionamentos em nossa cultura, os homens podendo ter acesso a várias outras mulheres e as mulheres precisando se manter fiéis aos homens.
Bom, isso está explodindo…. mulheres e homens querem ter outras experiências. Estão inventando outros modos de estarem com alguém. Mas não é como se soubesse muito disso, né? Há muito experimento e investigação. O que se tem descoberto é que nada nessa vida, com exceção da morte, é para “todo mundo”.
BBC News Brasil – Por que o amor entre pessoas do mesmo sexo suscita tanta intolerância em nossa sociedade?
Suy – O amor homoafetivo escancara a errância de toda a sexualidade humana. A tese de Freud é de que temos horror ao sexual, ele chega a dizer que se pudéssemos nos reproduzir de outro modo que não pelo sexo, assim o faríamos. Bom, a aliança da ciência com a tecnologia nos mostra o andamento disso cada vez mais, uma vez que cada vez mais se recorre aos laboratórios para ter filhos, por exemplo. Se ficamos no reduto da igreja, encontramos justamente a premissa de que o sexo é feito para a procriação. Então, não vale usar método anticoncepcional, já que enfrentaríamos, de acordo com esses pressupostos, o horror do sexual com o objetivo de fazer a humanidade se perpetuar.
A homossexualidade demonstra a fragilidade dessa narrativa, uma vez que demonstra que, enquanto seres de linguagem, fazemos parcerias amorosas e sexuais por motivos outros que não a perpetuação da espécie. Há quem não tolere a própria sexualidade e, não podendo reconhecer a alteridade que habita em si, localiza seu horror no outro, a fim de tentar destruir o que não suporta em si.
BBC News Brasil – O interesse do público mais jovem, como os millenials, por sexo e relacionamentos amorosos tem caído, conforme pesquisas de comportamento e fenômenos como o sekkusu shinai shokogun no Japão. Um dos argumentos utilizados é o do medo de arriscar. O que há de temível no amor?
Suy – Eis a comprovação da tese freudiana, do horror que temos ao sexual. O outro nos desorienta, mais fácil é lidar com nós mesmos ou com os objetos que a cultura nos oferece. Os gadgets, games, álcool e drogas são muito menos perturbadores. A relação com o outro é trabalhosa porque é um constante exercício de nos reinventarmos, de nos reposicionarmos, de nos rever como causa e consequência da relação com o outro. É cansativo!
No entanto, no mito do Narciso vemos que ele morreu de amores por si mesmo e não que foi feliz consigo. Eis o que Freud afirma em seu texto Psicologia das massas e análise do eu – e que escolhi para ser a epígrafe do meu livro: “só o amor pelos outros nos salva do amor por nós mesmos”.
BBC News Brasil – O amor aos filhos costuma trazer à mente comportamentos de devoção e entrega total, como uma espécie de requisito para o ideal de amor. O que contribuiu para essa associação e o que ela pode provocar?
Suy – Acho que especialmente a maternidade tem essa conotação, de um amor ilimitado, de um amor “verdadeiro”, como se as outras modalidades amorosas ficassem aquém da experiência da maternidade. Isso tem relação com a ideia que perpassa o nosso imaginário de que uma mulher só se torna mulher, mesmo, ao se tornar mãe.
Mas acho que hoje em dias os homens também têm sido afetados por esse ideal de amor parental. Para Freud, o amor dos pais é um modo deles se reaverem com a criança idealizada que eles foram para os próprios pais. Dito de outro modo, os pais projetam na criança a criança idealizada que eles mesmos não foram. Então, a criança nasce com a impossível tarefa de viver sua vida e ao mesmo tempo restabelecer, a seus pais, aquilo que cada um deles não viveu. Se o pai queria ser médico e não pode, caberá à criança sê-lo. Se a mãe queria ser engenheira e foi feliz sendo, caberá à criança seguir o caminho da mãe.
Assim, enquanto filhos, cada um de nós precisará dar um calote nos pais. Na medida em que os pais podem perder o ideal de filho que eles tiveram, podem desenvolver uma relação de amor e intimidade com a criança da realidade, para além de suas idealizações. Mas se os pais não toleram que seus filhos sejam outras pessoas e desejam insistir que os filhos sejam extensões de si mesmos, com frequência temos aprisionamento dos filhos ou rompimentos dos laços para que os filhos possam viver suas próprias vidas.
BBC News Brasil – A separação pode ser um gesto de amor?
Suy – Acho que uma separação “bem-sucedida” é sempre um gesto de amor. E por “bem-sucedida” me refiro àquelas separações que vão desembocar no amor. No amor por si mesmo, num próximo amor, numa inspiração do que uma relação amorosa pode vir a ser para os filhos. Há quem não se separe, mas fique ligado pelo ódio. No amor sempre se trata de se separar. Mesmo quando as pessoas continuam juntas. É preciso se separar do outro constantemente para poder rever quem se é e então poder ou não encontrar novamente com o outro.
BBC News Brasil – O envelhecimento traz consigo a ameaça da perda de muitos amores. O que pode ser feito para aplacar a solidão?
Suy – Viver traz consigo a ameaça da perda de muitos amores. O envelhecimento realiza essas ameaças na medida em que se costuma viver muitas perdas. Recentemente, li Uma questão de vida e morte (Paidós), do Irvin D. Yalom e da Marilyn Yalom. Foi um livro que começou a ser escrito a quatro mãos, assim que ambos souberam que ela tinha um câncer em estado terminal. Na metade do livro Marilyn falece e Yrvin termina de escrever o livro sozinho.
É um dos livros mais bonitos que li porque é um testemunho do que é viver uma vida ao lado de alguém e seguir vivendo mesmo sem esse alguém. Ao longo do livro, os dois contam do quanto se realizaram também em outros âmbitos: estudaram, escreveram, publicaram, tiveram muitas amizades. Penso que para enfrentar os fins, sejam dos amores ou das vidas, precisamos fazer valer nossa existência. “Viver uma vida bem vivida”, termo usado pelos autores, é um bom norte.
BBC News Brasil – O que as parcerias platônicas (modelo de relacionamento geralmente associado às parcerias amorosas, mas não há romance ou sexo) podem dizer do amor em nossa época?
Suy – Acho que cada vez mais o amor e o sexo se desvinculam. Nunca foram a mesma coisa, a psicanálise nos ensina isso, mas o modo da cultura abordar amor e sexo velava sua separação. Com o advento das inúmeras modalidades de parentalidade que encontramos (seja via fertilizações in vitro, seja via adoções), fica cada vez mais claro que se pode viver a amizade em uma parceria, as experiências sexuais em outra e a parentalidade em outra, ainda.
Também a importância das relações sexuais tem sido repensada, tanto para homens quanto para mulheres. No fim das contas, fico pensando se não estamos dando voltas em torno do mesmo lugar, encontrando muitos nomes novos e assim achando que estamos reinventando a roda. A amizade, a meu ver, sempre foi uma modalidade amorosa. De todo o modo, acho que podemos testemunhar a grande disponibilidade de inventar diferentes de vivências no plano amoroso. É surpreendente!
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