A Federação Alemã de Futebol (DFB) informou nesta terça-feira (22) que considera apelar contra a proibição da Fifa de usar as braçadeiras “One love” em apoio à comunidade LGBTQIA durante as partidas da Copa do Mundo do Catar-2022.
“A Fifa nos proibiu (de mostrar) um sinal de diversidade e direitos humanos. Fez ameaças maciças de sanções esportivas”, disse o porta-voz da organização alemã à SID, a agência esportiva alemã e afiliada da AFP.
De acordo com o jornal alemão Bild, a DFB pode entrar com um recurso no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), com sede em Lausanne, contra a proibição da Fifa. Em entrevista ao Bild nesta terça-feira, a ministra do Interior alemã, também responsável pelos Esportes, lamentou “um grande erro da Fifa”.
“Parte o coração de cada torcedor ver como a Fifa também coloca esse conflito nas costas dos jogadores”, acrescentou. O TAS, que se dedica à resolução de disputas no campo do esporte, indicou à AFP “não ter recebido nada” até o momento.
“Em princípio, o caso deve primeiro ser encaminhado à Comissão de Apelações da Fifa. A base está no artigo 57 do Estatuto da Fifa. Não há precedente no TAS para esse tipo de recusa de autorização”, disse um porta-voz do TAS.
A Fifa alertou, segundo várias federações nacionais, que se os capitães usassem a braçadeira ‘One love’ receberiam um cartão amarelo no início da partida. Diante desses alertas, Inglaterra, Alemanha e outras cinco seleções europeias desistiram de usar as braçadeiras inspiradas na bandeira do arco-íris, símbolo das comunidades LGBTQIA .
A marca de supermercados REWE, uma das maiores da Alemanha, renunciou à sua colaboração com a Federação Alemã de Futebol ao denunciar, nesta terça-feira, a proibição da Fifa de usar as braçadeiras “One love”. “Após (…) a decisão da Fifa sobre as braçadeiras ‘One Love’, a REWE encerra sua cooperação com a DFB (Federação Alemã de Futebol)”, anunciou o grupo alemão em comunicado.
A empresa já havia manifestado em outubro o desejo de não prorrogar o contrato como “parceiro alimentar oficial” da Federação, que mantém desde 2008. No entanto, essa decisão seria aplicada após a Copa do Mundo de 2022.
Agora, a REWE afirmou “ser obrigada a se distanciar claramente da Fifa e a renunciar a seus direitos de publicidade, especialmente no contexto da Copa do Mundo”. A decisão da Fifa gerou uma onda de críticas na Alemanha.
“Estamos convencidos de que o esporte deve ser aberto a todos”, afirmou Oliver Brüggen, porta-voz do grupo de roupas esportivas Adidas, à agência de notícias especializada Sid nesta terça-feira.
“Apoiamos os nossos jogadores e equipes no seu compromisso”, acrescentou Brüggen. Por sua vez, o ex-jogador de futebol alemão Michael Ballack ficou “decepcionado” com a decisão e observou que esperava “mais caráter” da federação de seu país.
O Catar, primeiro país do Oriente Médio a sediar a Copa do Mundo, garantiu que todos os torcedores serão bem-vindos sem discriminação, embora a lei do país penalize a homossexualidade.
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Fonte: Folha PE
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