Cooperação inédita entre a Holanda e o Município do Recife permitirá a elaboração de estudos técnicos para mitigar os efeitos de desastres naturais relacionados à água e ao aumento do nível do mar. (Foto: Edson Holanda/PCR)
Uma comitiva formada por técnicos da Prefeitura do Recife e especialistas holandeses percorreu, na tarde desta quarta-feira (8), o bairro do Ipsep para conhecer intervenções em andamento e colaborar com o projeto de macrodrenagem do Rio Tejipió. A visita fez parte de uma cooperação inédita entre o país europeu e o município, que permitirá a elaboração de estudos técnicos para mitigar os efeitos de desastres naturais relacionados à água e ao aumento do nível do mar na capital pernambucana.
O assoreamento do Rio Tejipió é considerado um dos maiores problemas de drenagem da cidade, já foi alvo de intervenções emergenciais no ano passado e está sendo estudado dentro do Programa de Requalificação e Resiliência Urbana em Áreas de Vulnerabilidade Socioambiental (ProMorar). Ao longo da semana, consultores da DRR Team (Dutch Risk Reduction Team) – consultoria ligada ao governo holandês especialista no desenvolvimento de projetos de gestão de água – estão visitando localidades e obras em execução no município.
“O objetivo da parceria é encontrar soluções inovadoras para os problemas de macrodrenagem, preparando o Recife para o futuro. Estamos estudando uma solução para o Rio Tejipió no âmbito do ProMorar e os consultores se uniram a nosso time para contribuir com experiências já utilizadas na Holanda”, aponta a secretária executiva de Captação de Recursos do Recife, Beatriz Menezes. A equipe conheceu também a requalificação do sistema de drenagem na Rua da Concórdia, no Centro, diversos pontos da Bacia do Rio Tejipió e as estações de bombeamento da Rua da Aurora e das avenidas Recife e Agamenon Magalhães.
“A partir das visitas e das reuniões técnicas, vamos elaborar uma análise com direções e considerações que permitirão ao município tomar as melhores decisões. Na Holanda passamos por problemas muito semelhantes, já que 60% do território é inundável e grande parte está abaixo do nível do mar”, explica o consultor sênior da DRR Team, Ben Lamoree. A expectativa é que, dentro de um mês, a consultoria apresente aos técnicos da Prefeitura do Recife o relatório com recomendações de ações mitigadoras e estruturantes para minimizar os impactos do aumento do nível do mar e das mudanças climáticas.
No ano passado, a Prefeitura do Recife alargou o trecho do Tejipió na altura da Avenida Recife de 10 para 30 metros, após desapropriar cerca de 100 casas situadas na beira do rio nos bairros do Ipsep e Areias. O próximo passo, que deve começar ainda no primeiro semestre, será a urbanização da área com a implantação de um parque alagável. Uma solução estruturadora está sendo estudada dentro do ProMorar, o maior ciclo de investimentos da história do Recife, que totaliza R$ 1,3 bilhão e já foi aprovado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
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