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Especial “Falas da Terra” dá protagonismo aos povos originários com trio de atrizes indígenas

            A temática sobre os povos indígenas ganhou holofotes e a atenção dos principais jornais logo nas primeiras semanas do ano. A presença do garimpo ilegal no Território Yanomami e a grave denúncia de crise humanitária e sanitária acenderam um alerta dramático na sociedade. Não à toa, o Dia dos Povos Indígenas, que é celebrado no próximo dia 19, ganhou um peso muito maior neste ano. O especial “Falas da Terra”, da Globo, vai ao ar no dia 17, logo após o “Big Brother Brasil”, para jogar mais luz na luta dos povos originários.

“Gravamos no Rio de Janeiro e o episódio ‘Pintadas’ exigiu um trabalho minucioso de preparação. Desde a pesquisa e ensaios de um elenco indígena inédito no audiovisual até a busca de locações que formassem as muitas situações de natureza presentes na história. Fizemos storyboard do episódio inteiro e usamos recursos de computação gráfica para dar vida a um personagem muito significativo na história, entre outras paisagens”, explica Luisa Lima, que está à frente da direção artística.

              A trama integra a antologia “Histórias Impossíveis”, sendo protagonizada por três jovens indígenas. Luara, Josy e Michele, interpretadas por Ellie Makuxi, Dandara Queiroz e Isabela Santana, se encontram no Mato Grosso do Sul para gravação de um videoclipe de rap na floresta e, quando se veem diante de uma natureza destruída, são impactadas por uma série de acontecimentos fantásticos que as levarão a um mergulho na ancestralidade de seus povos.

“Acho muito importante levantar essa pauta. Além da curiosidade que vai prender quem vir, são novas perspectivas que têm a ver com a inovação. Me senti como quem senta em volta da fogueira e escuta o cacique contar as histórias, os contos… Estamos escutando e aprendendo, desenvolvendo nosso autoconhecimento e tendo acesso a uma sabedoria grande”, afirma Dandara, que há três anos mora em São Paulo.

              Estreantes na tevê, as jovens atrizes indígenas têm raízes nos povos originários Makuxi, em Roraima e Mato Grosso do Sul, e Pataxó, do Sul da Bahia. As três passaram por um processo de seleção e preparação, conectando suas emoções às das personagens.

“Existem mais de 300 povos no Brasil, mais de 250 línguas e cada indivíduo dentro do povo possui uma história e uma personalidade diferente. Tudo isso compõe essa etnogênese da identidade. É uma oportunidade de mostrar que somos humanos: temos sonhos, amamos, choramos, dançamos, criamos e rimos. Avalio esse momento como uma oportunidade de transformar as nossas narrativas e de causar transformação”, ressalta Isabela.

              Criada e escrita por Renata Martins, Grace Passô e Jaqueline Souza, a produção aborda questões como a preservação do meio ambiente, a violência contra a mulher e a ancestralidade. Além disso, autoras e diretora foram em busca de representatividade por trás das câmeras também. Na sala de roteiro, somam-se às autoras as roteiristas Thais Fujinaga, Hela Santana e Renata Tupinambá, além de Graciela Guarani, para que os elementos e linguagem da cultura indígena – em especial a do povo Guarani-Kaiowá, que dá base para a história –, estivessem devidamente representados.

“O público está se reaproximando da narrativa especulativa e do gênero fantasia. O episódio ‘Pintadas’ não é uma narrativa fechada e nem propõe trazer respostas prontas. A formulação de hipóteses permeia todo o conceito da série, gerando dúvidas se algo realmente aconteceu ou não. Nós queremos que o público assuma o ponto de vista das protagonistas e que as histórias provoquem ondas de sentimentos e questionamentos”, defende Renata.

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Fonte: Folha PE

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