- Author, Nadine Yousif
- Role, BBC News
Equipes de resgate que vasculham casas e veículos reduzidos a cinzas no Havaí provavelmente encontrarão de 10 a 20 vítimas a mais por dia durante algum tempo, alertou o governador, Josh Green.
O número de mortos aumentou para 96 no domingo (13/8), tornando este o incêndio florestal mais mortal nos Estados Unidos em mais de um século.
Josh Green disse à CBS News que pode levar até 10 dias para saber o número total de mortos. Quase toda a cidade de Lahaina foi destruída pelo incêndio.
“Não há nada exceto a devastação total”, disse Green à CBS, parceira da BBC nos Estados Unidos.
Ele acrescentou que todos os moradores de Lahaina – cerca de 12 mil pessoas – provavelmente escaparam ou morreram no incêndio. Ele disse que as equipes devem encontrar mais vítimas e que levará tempo para identificá-las.
“É difícil reconhecer alguém”, disse Green.
Até o sábado (12/8), as autoridades de Lahaina disseram que apenas 3% da cidade havia sido encontrada até agora. Eles têm usado a ajuda de cães farejadores para procurar mais vítimas.
“Temos uma área com pelo menos cinco milhas quadradas que está cheia de nossos entes queridos”, disse o chefe da polícia de Maui, Jeff Pelletier, em entrevista coletiva no fim de semana.
Um total de 10 cães farejadores atuam com as equipes de busca e resgate da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, por sua sigla em inglês), disse a agência à CNN. Vários outros também foram enviados pelos bombeiros do sul da Califórnia, segundo autoridades locais.
A administradora da Fema, Deanne Criswell, na segunda-feira (14/8), se recusou a dar uma estimativa exata de quanto tempo a missão de busca levaria, chamando a situação de “extremamente perigosa”.
“Os cães só podem trabalhar por algum tempo por causa do calor (que diminuiu)”, disse Criswell, em coletiva de imprensa remota do Havaí. “Também existem pontos quentes e, portanto, temos equipes de bombeiros que estão ajudando a esfriar a área para que os cães possam entrar lá.”
Os cães são muito eficazes em encontrar restos humanos, dizem os especialistas, mas precisam descansar e se hidratar frequentemente entre as buscas.
Apenas duas vítimas das 96 vítimas conhecidas foram oficialmente identificadas até agora, graças à tecnologia de DNA, disse o chefe Pelletier.
A certa altura, mais de 2.000 pessoas foram tidas como desaparecidas desde o início do incêndio na ilha de Maui na semana passada.
Green disse que o número de desaparecidos agora é de cerca de 1.300, já que as pessoas puderam se reencontrar depois que o acesso ao serviço de telefonia celular melhorou.
“Nenhum de nós pensa isso, mas estamos preparados para muitas histórias trágicas.”
Pelletier incentivou as pessoas com familiares desaparecidos a enviar amostras de DNA para ajudar nos esforços de busca.
Ele também pediu paciência a quem pretende entrar na vila, pois ainda existem vestígios que precisam ser recuperados e identificados.
“Quando encontramos nossa família e amigos, os restos que encontramos foram a partir de um incêndio que derreteu o metal”, disse ele. “Temos que fazer um DNA rápido para identificá-los.”
O incêndio mortal em Lahaina ainda está ativo, com cerca de 85% contidos, de acordo com autoridades do Condado de Maui.
As causas do incêndio ainda não foram confirmadas, embora se saiba que ele se espalhou de forma tão devastadora graças aos ventos do furacão Dora nas proximidades e pelas condições de seca.
Uma ação coletiva foi movida no sábado contra o maior fornecedor de eletricidade do Havaí, a Hawaii Electric, alegando que as linhas de transmissão de energia derrubadas da empresa contribuíram para os incêndios florestais.
O processo acusa a empresa de não desligar as linhas, apesar do aviso prévio do Serviço Nacional de Meteorologia alertando que o Havaí estava em alerta máximo para incêndios florestais.
Desligar temporariamente a energia para reduzir o risco de incêndio é uma tática usada nos Estados do oeste dos EUA, onde os incêndios florestais são comuns. Na Califórnia, as linhas de energia foram responsabilizadas por metade dos incêndios florestais mais destrutivos do Estado.
Fonte: BBC
Você precisa fazer login para comentar.