Engorda da Orla Metropolitana pode ser o trunfo eleitoral de Raquel Lyra na Região Metropolitana do Recife

Por Luiz Gonzaga Jr – Hoje Pernambuco

O avanço do mar continua sendo uma ameaça real e crescente às cidades litorâneas da Região Metropolitana do Recife (RMR). Em locais como Piedade, Candeias e Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes; Brasília Teimosa e Boa Viagem, no Recife; Casa Caiada e Rio Doce, em Olinda, a erosão costeira vem comprometendo o comércio, desvalorizando imóveis, afastando turistas e colocando em risco a integridade de moradores e frequentadores da orla. Calçadões rachados, vias corroídas, postes inclinados e até ciclovias soterradas são cenas comuns ao longo do litoral metropolitano.

Orla de Jaboatão 2025

O impacto no turismo é direto: faixas de areia estreitas e inseguras afastam visitantes, reduzem o tempo de permanência nas praias e provocam um efeito dominó em bares, barracas, hotéis e restaurantes da região. O lazer da população local, que tem na praia um espaço democrático de convivência, também é duramente afetado. A cada maré mais forte, o medo de desabamento e de acidentes cresce entre moradores e comerciantes.

Vereadora de Jaboatão abordou o tema no início de 2025 e trouxe alerta para o Governo do Estado

Neste cenário, a proposta de engorda da orla — agora pensada de forma metropolitana e integrada — surge como uma das obras mais promissoras do governo Raquel Lyra. A governadora estuda viabilizar, em parceria com as prefeituras de Jaboatão dos Guararapes, Recife e Olinda, a recomposição da faixa litorânea de maneira unificada. Ao invés de cada município agir isoladamente, o projeto prevê uma intervenção simultânea em todo o trecho metropolitano afetado, o que reduz significativamente os custos, já que o aluguel da draga de areia, uma das etapas mais caras da obra, será rateado entre os entes envolvidos, otimizando a logística e os recursos públicos.

Obra Engorda 2013 – Jaboatão

Essa não seria a primeira vez que Jaboatão investe em uma obra desse tipo. Em 2013, a prefeitura executou uma engorda pioneira nas praias de Candeias, Piedade e Barra de Jangada. Na época, a iniciativa trouxe resultados imediatos: a faixa de areia foi ampliada, o turismo ganhou fôlego e moradores puderam usufruir novamente da orla com segurança. No entanto, a ausência de manutenção e de um plano de monitoramento contínuo levou a um novo desgaste, fazendo com que o mar voltasse a avançar e parte do investimento fosse, literalmente, levado pelas ondas. Hoje, o município volta a viver situação crítica, reforçando a urgência da nova intervenção.

A proposta metropolitana da engorda, além de resolver um problema histórico e estrutural, pode ter grande peso político. Em uma região onde Raquel Lyra ainda busca ampliar sua base de apoio, uma entrega concreta e visível como essa tem potencial para virar o jogo eleitoral. Trata-se de uma obra que impacta diretamente a vida cotidiana, a economia local e a imagem da gestão pública — um cartão-postal reabilitado é também uma mensagem política forte.

Se a governadora conseguir tirar o projeto do papel, dando início à obra ainda em 2026, poderá fazer da nova faixa de areia um palanque natural. Afinal, em tempos de maré alta, quem entrega solução ganha fôlego político. E talvez, votos.







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