• Tiffany Wertheimer
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O ex-presidente norte-americano Barack Obama e a rainha Elizabeth 2ª durante jantar de gala em 2011

Líderes mundiais prestaram homenagem à rainha Elizabeth 2ª, que morreu aos 96 anos.

Foram reverenciados seu profundo senso de dever e sua resiliência, assim como o senso de humor e bondade da rainha.

O francês Emmanuel Macron liderou as homenagens, relembrando “uma rainha de bom coração” que era “amiga da França”.

E o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a rainha “cativou o mundo” com um “reinado definido pela graça, elegância e uma ética de trabalho incansável”.

“Muitas vezes ficamos impressionados com a amabilidade dela, a maneira como ela deixava as pessoas à vontade e como ela trazia seu humor e charme consideráveis ​​a momentos de grande pompa e circunstância”, disse Obama, que se encontrou com a rainha em várias ocasiões, em um comunicado.

O atual presidente dos EUA, Joe Biden – que conheceu Sua Majestade há 40 anos – a descreveu como “mais do que uma monarca – ela definiu uma era”.

Lembrando sua visita ao Reino Unido em 2021 como presidente, Biden disse que “ela nos encantou com sua inteligência, nos comoveu com sua bondade e generosamente compartilhou conosco sua sabedoria”.

A rainha Elizabeth 2ª conheceu 14 presidentes dos EUA durante seu reinado.

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A rainha com Joe e Jill Biden no ano passado no encontro do G7 na Cornuália, Inglaterra

Donald Trump disse que “nunca esqueceria a amizade generosa, a grande sabedoria e o maravilhoso senso de humor de Sua Majestade”.

“Que grandiosa e bela dama ela era – não havia ninguém como ela!” o ex-presidente escreveu em sua rede social Truth Social.

E outro ex-presidente norte-americano, George W. Bush, refletiu com carinho sobre o tempo que passou tomando chá com Sua Majestade e seus corgis, descrevendo seu “grande intelecto, charme e inteligência”.

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A rainha Elizabeth com Laura Bush, o príncipe Philip e George W. Bush na Casa Branca em 2007

O Canadá – onde a rainha Elizabeth era chefe de Estado – viu 12 primeiros-ministros canadenses durante seu reinado.

Um emocionado Justin Trudeau disse que ela tinha “um óbvio amor profundo e duradouro pelos canadenses”.

“Em um mundo complicado, sua graça e determinação constantes trouxeram conforto a todos nós”, disse o primeiro-ministro, acrescentando que sentiria falta de suas “conversas” onde ela era “atenciosa, sábia, curiosa, prestativa, engraçada e muito mais”.

“Ela era uma das minhas pessoas favoritas no mundo, e vou sentir muita falta dela”, disse ele, segurando as lágrimas.

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Sua majestade se reuniu o premiê canandese Justin Trudeau diversas vezes, inclusive em março deste ano em Windsor

As bandeiras foram hasteadas a meio-mastro em todo o mundo – inclusive na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a “empatia e a capacidade da rainha de se conectar com cada geração que passa, mantendo-se enraizada na tradição que realmente importava para ela, era um exemplo de verdadeira liderança”.

O rei Willem-Alexander da Holanda – que é primo em quinto grau da rainha Elizabeth – disse que ele e a rainha Maxima se lembravam da monarca “firme e sábia” com “profundo respeito e grande afeição”.

O rei da Suécia, Carlos 16 Gustavo, também um parente distante de Sua Majestade, disse: “Ela sempre foi querida por minha família e um elo precioso em nossa história familiar compartilhada”.

E o rei Philippe e a rainha Mathilde da Bélgica disseram que ela era “uma personalidade extraordinária… que, ao longo de seu reinado, mostrou dignidade, coragem e devoção”.

O chanceler alemão Olaf Scholz prestou homenagem ao “humor maravilhoso” da rainha e disse em comunicado que “seu compromisso com a reconciliação germano-britânica após os horrores da Segunda Guerra Mundial nunca será esquecido”.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, relembrou seus “reuniões memoráveis” com a monarca durante duas visitas ao Reino Unido.

“Eu nunca vou esquecer sua amabilidade e bondade”, ele tuitou. “Durante uma das reuniões, ela me mostrou o lenço que Mahatma Gandhi lhe deu de presente em seu casamento. Sempre guardarei com carinho esse gesto.”

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A rainha Elizabeth 2ª e o premiê indiano Narendra Modi no Palácio de Buckingham em 2015

‘Uma presença tranquilizadora’

Como monarca por sete décadas, a rainha Elizabeth conheceu tempos de mudanças extraordinárias, e isso se refletiu em várias homenagens.

Como observou Barack Obama, ela viveu “períodos de prosperidade e estagnação – desde o pouso na Lua até a queda do Muro de Berlim”.

O presidente irlandês, Michael D Higgins, reverenciou o “extraordinário senso de dever” da rainha, que ele disse que “ocuparia um lugar único na história britânica”.

“Seu reinado de 70 anos abrangeu períodos de enormes mudanças, durante os quais ela representou uma notável fonte de segurança para o povo britânico”, disse ele em um longo comunicado.

O premiê da Irlanda, Micheál Martin, falou de seu reinado como de “duração histórica” ​​e descreveu a morte da rainha como “o fim de uma era”.

“Sua dedicação ao dever e ao serviço público eram evidentes e sua sabedoria e experiência, verdadeiramente únicas”, disse Martin em comunicado. Ele também lembrou seus “muitos gestos graciosos e comentários amáveis” durante uma visita de Estado à Irlanda em 2011.

António Guterres, secretário-geral da ONU, disse que a rainha Elizabeth foi “uma presença tranquilizadora ao longo de décadas de grandes mudanças, incluindo a descolonização da África e da Ásia e a evolução da Commonwealth”.

Em um comunicado, ele prestou homenagem à “sua dedicação inabalável ao longo da vida para servir seu povo. O mundo se lembrará por muito tempo de sua devoção e liderança”.

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A rainha Elizabeth visitou a Austrália 16 vezes – nessa imagem ela cumprimenta uma multidão em Sydney em 1970

A rainha Elizabeth visitou 16 vezes a Austrália – outra nação da Commonwealth onde foi chefe de Estado.

O primeiro-ministro Anthony Albanese observou que muitos nunca conheceram um mundo sem ela.

“Apesar do barulho e do tumulto dos anos, ela incorporou e exibiu uma decência atemporal e uma calma duradoura”, disse ele em comunicado.

“Ela celebrou nossos bons momentos, ela ficou conosco nos maus. Feliz e gloriosa, mas firme também.”

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse que foi acordada com a notícia da morte da monarca por um policial que acendeu uma lanterna em seu quarto às 4h50 para acordá-la.

“Ela foi extraordinária… Os últimos dias da vida da rainha mostram quem ela era de muitas maneiras, trabalhando até o fim em nome das pessoas que amava”, disse Ardern.

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A rainha Elizabeth com a premiê da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, em 2018

‘Ela viveu a história, ela fez história’

O presidente de Israel, Isaac Herzog, também citou as enormes mudanças testemunhados pela rainha viu ao longo de seu reinado, mas disse que, durante esse período, ela “permaneceu um ícone de liderança estável e responsável e um farol de moralidade, humanidade e patriotismo”.

A rainha não visitou Israel, mas os príncipes Charles, Edward, William e o falecido príncipe Philip – cuja mãe está enterrada em Jerusalém – foram ao país.

“A rainha Elizabeth foi uma figura histórica: ela viveu a história, fez história e, com sua morte, deixa um legado magnífico e inspirador”, escreveu o presidente Herzog.

O rei Abdullah 2º da Jordânia disse que seu país “lamenta a morte de um líder icônico”. Ele disse que a rainha, que visitou a Jordânia em 1984, era “um farol de sabedoria e liderança com princípios… uma parceira da Jordânia e uma querida amiga da família”.

O presidente russo, Vladimir Putin, que se encontrou com a rainha várias vezes e uma vez a deixou esperando por 14 minutos, enviou suas “mais profundas condolências” ao rei Charles 3º.

“Os eventos mais importantes da história recente do Reino Unido estão inextricavelmente ligados ao nome de Sua Majestade”, escreveu Putin em comunicado. “Por muitas décadas, Elizabeth 2ª desfrutou legitimamente do amor e respeito de seus súditos, bem como da autoridade no cenário mundial.”

A Rússia atualmente sofre pesadas sanções econômicas impostas por nações ocidentais, incluindo o Reino Unido, por causa de sua invasão da Ucrânia.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tuitou que foi com “profunda tristeza” que soube dessa “perda irreparável”.

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Príncipe Philip, seguido pela rainha e pelo rei da Jordânia Hussein e rainha Noor visitam o sítio arqueológico de Petra em 1984

O presidente Jair Bolsonaro tuitou: “É com grande pesar e comoção que o Brasil recebe a notícia do falecimento de Sua Majestade a Rainha Elizabeth 2ª, uma mulher extraordinária e singular, cujo exemplo de liderança, de humildade e de amor à pátria seguirá inspirando a nós e ao mundo inteiro até o fim dos tempos”.

Os líderes africanos também compartilharam homenagens à rainha Elizabeth – que conhecia muitos deles bem e, como chefe da Commonwealth, era solidária à causa deles.

O presidente eleito do Quênia, William Ruto, elogiou seu “legado histórico” e disse que os quenianos “sentirão falta dos laços cordiais que ela desfrutou” com o país.

O Quênia, uma ex-colônia britânica que se tornou independente em 1963, era um lugar muito especial para a monarca. Foi onde ela se tornou rainha. A jovem princesa, então com apenas 25 anos, estava de férias no país quando seu pai, o rei George 6º, morreu enquanto dormia em 1952.

O presidente Ali Bongo Ondimba, do Gabão, que é uma das nações mais novas a aderir à Commonwealth, disse: “A rainha era uma grande amiga da África e a África mostrou seu afeto em troca”.

E a presidente de Gana, Nana Akufo-Addo, tuitou que seu país tinha boas lembranças das duas visitas que a rainha fez, comentando sobre “sua simpatia, elegância, estilo e pura alegria que ela trouxe ao desempenho de suas funções”.

Em sua primeira viagem a Gana, também uma ex-colônia britânica, havia preocupações com a segurança da monarca. Cinco dias antes, bombas haviam explodido na capital, Acra, mas a rainha não se deixou intimidar, em parte porque já havia cancelado uma visita anterior quando engravidou do príncipe Andrew.

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Quênia sempre foi um lugar especial para a rainha Elizabeth – aqui ela está ao lado do presidente Daniel arap Moi durante uma vista de estado em 1983