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O conceito de pegada ecológica (ecological footprint, em inglês), foi criado por volta de 1990, quando Mathis Wackernagel e William Rees adaptaram o conceito ecológico de “capacidade de suporte”, desenvolvendo a ideia de capacidade da Terra de suportar a vida, como um indicador do impacto ambiental dos diferentes estilos de vida da humanidade (CHAMBERS et alii, 2001; PORTILHO, 2010).
Este indicador permitiria estimar a área geográfica que seria necessária para suportar, sustentavelmente, determinado nível de consumo. Segundo Chambers et alii, 2001, o conceito de “capacidade de suporte” é usado por biólogos para descrever o número de animais de uma dada espécie que um determinado habitat pode suportar indefinidamente, como, por exemplo, o número de macacos que podem ser suportados por um certo tamanho de floresta.
O conceito de pegada ecológica é uma ferramenta de contabilidade baseada em princípios ecológicos que considera que o uso dos recursos e serviços da natureza não deve exceder a capacidade de regeneração dos mesmos, ou seja, a escala da economia não deve exceder a escala da biosfera (esfera da vida).
Na prática, este indicador, busca medir o “quanto de natureza” (recurso e energia) é usado para produzir aquilo que uma dada população consome e, ainda, a capacidade de absorção dos rejeitos produzidos por esta população, considerando a tecnologia disponível (PORTILHO, 2010).
A partir daí, Wackernagel e seus colegas se dedicaram a analisar as “pegadas ecológicas” de alguns países. Desta forma, foi possível verificar, por exemplo, que a “pegada” de um país excede sua disponibilidade de recursos e área produtiva, isso significa que este país vive um déficit ecológico e que deixa sua “marca” em outros países. Ou seja, a área geográfica de um país não consegue promover, suficientemente, os serviços ecológicos para satisfazer os padrões de consumo e estilo de vida adotados por sua população. Consequentemente, precisa importar a capacidade ecológica de que não dispõe, reduzindo o estoque de capital natural de outros países (PORTILHO, 2010).
Dentro desta perspectiva, sob a ótica da contabilização de pegada ecológica do uso de recursos e serviços pela preservação do capital natural das empresas produtivas (recurso e energia). Em muitos casos, os custos ambientais e sociais são tratados como externalidades (sociedade).
Isto significa que os custos externos, como à poluição, congestionamento, vibração, ruído e uso da terra, não são incluídos nos cálculos monetários da contabilidade de custos das empresas produtivas, e nem na determinação de preços dos produtos de consumo (Carta et al., 2002). Contudo, esta situação vem mudando gradualmente pela legislação e as pressões das partes interessadas (stakeholders).
José Austerliano Rodrigues. Especialista Sênior em Sustentabilidade de Marketing e Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, com ênfase em Sustentabilidade e Marketing, com interesse em pesquisa em Marketing Sustentável, Sustentabilidade de Marketing, Responsabilidade Social e Comportamento do Consumidor. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.
Fonte: Prefeitura de Caruaru
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