Nesta sexta-feira (9), é celebrado o Dia do Médico-Veterinário. A data foi instituída em 1933, quando o então presidente Getúlio Vargas assinou o decreto lei nº 23.133, regularizando a profissão e o ensino da atividade no Brasil. E, muitos não sabem, mas o primeiro médico veterinário do Brasil, Dionysio Costa Meilli, foi formado em Pernambuco, pela Escola Superior de Agricultura e Veterinária de São Bento, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife.
Baiano e já formado em farmacêutica, Dionysio foi portador de diploma e colou grau antes que a escola formasse sua primeira turma. Enquando ele se formou em 1915, sua turma completou a graduação em 1917.
Nascido em 8 de outubro de 1882 em Salvador, Dionysio Costa Meilli decidiu caminhar pela saúde desde cedo. Em 1907, ele pegou seu primeiro diploma, na Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia. Descrito como inteligente e loquaz, o baiano se mudou para Pernambuco em 1913, em busca de trabalho.
Ao chegar a Pernambuco, o jovem formado procurou o professor médico-veterinário alemão Hermann Rehaag, contratado para trabalhar na Escola Superior de Agricultura e Veterinária de São Bento, em Olinda. A proposta que Dionísio fez para o professor que estava começando o trabalho foi de entrar na faculdade como portador de diploma, sendo dispensado das matérias que já teria conhecimento por ser formado em farmácia. Assim, antes mesmo que a primeira turma iniciasse o aprendizado, em 1914, Dionysio teve aulas particulares com os docentes que formariam os primeiros médicos-veterinários de Pernambuco.
Após sua formatura, Dionysio continuou na academia, passando a atuar como lente catedrático de farmacologia e farmacognosia. Com o passar do tempo, ele assumiu a cadeira de docente de outras disciplinas. Mais tarde, ele se tornou o primeiro Chefe da Fiscalização do Leite e Estábulos do Recife, passando ao cargo no Estado nos anos seguintes.
O professor Dionysio Meili não acompanhou a transferência da Escola de Medicina Veterinária para o Engenho São Bento (atual Barragem de Tapacurá), que aconteceu em 1924. A partir daquele ano, não há registro de sua permanência em Pernambuco, nem tampouco de sua possível família.
Em 2001, ele foi reconhecido na cadeira número 6 do quadro dos Patronos da Academia Pernambucana de Medicina Veterinária.
Um profissional artífice que vai muito além da clínica
A medicina veterinária tem seu surgimento paralelo ao momento em que o ser humano primitivo começou a domesticar outras espécies. Os primeiros métodos de diagnóstico datam de 4.000 anos a.C. de acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Atualmente, regulamentada e bem estabelecida na sociedade, a medicina veterinária ajuda na manutenção da dinâmica social com cuidados e designações para pets e animais da pecuária e selvagens.
O documento que identificou o exercício da veterinária em 4.000 a.C., o Papiro de Kahoun, descoberto no Egito, apresenta métodos de diagnóstico, tratamento e prognóstico de animais. O Código de Hammurabi (1.700 a.C.) e textos produzidos por Aristóteles também identificam a importância social do trabalho de “médicos dos animais”.
Para exercer a profissão, o médico-veterinário precisa ser capaz de identificar e tratar os mais diversos animais e as interações dele com a sociedade. Todo esse conhecimento sobre como lidar com a área de saúde animal ao qual se habilita está em suas mãos, por isso ele é considerado um artífice, multidisciplinado na área que exerce.
O trabalho dos médicos-veterinários vai muito além das clínicas e dos consultórios veterinários, destinados aos animais de companhia: eles atuam em atividades ligadas à produção dos alimentos de origem animal que chegam à mesa do consumidor, exercem atividades laboratoriais para análises de solo, realizam pesquisas em alimentos, participam da produção de vacinas e medicamentos de uso animal, podem atuar como peritos criminais, judiciais e administrativos, entre outros.
No âmbito da saúde pública, ele trabalha na prevenção, no controle e no diagnóstico situacional de doenças transmissíveis ao homem pelos animais, como zoonoses (raiva, leptospirose, brucelose, tuberculose, dengue e febre amarela).
Apesar de tão necessário e presente na vida cotidiana, o profissional veterinário no Brasil foi regulamentado há pouco mais de 100 anos, quando surgiram as primeiras instituições de ensino veterinário do país.
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