A defesa do Brasil, a menos vazada da América do Sul, terá um desafio de alta exigência em sua estreia na quinta-feira na Copa do Mundo do Catar: parar Aleksandar Mitrovic e Dusan Vlahovic, a letal dupla de ataque da Sérvia.
A Seleção, uma das grandes favoritas ao título, tem a vantagem de contar em seu elenco com atletas que já enfrentaram ou dividem o vestiário com os atacantes sérvios, responsáveis por sete dos 13 gols marcados pela equipe europeia na Liga das Nações e de 12 dos 18 anotados nas Eliminatórias para o Mundial.
“São jogadores de alto nível, a gente tem que limitar o máximo possível porque são jogadores que a qualquer momento podem definir a partida”, disse o zagueiro Bremer, companheiro de Vlahovic na Juventus da Itália. O técnico da Sérvia, Dragan Stojkovic, viveu momentos de apreensão às vésperas da Copa porque Vlahovic, de 22 anos, e Mitrovic, de 28, eram dúvida por conta de lesões.
Mas o atacante da Juve, autor de seis gols em 10 jogos do Campeonato Italiano nesta temporada, jogou e marcou o terceiro gol na goleada sérvia sobre o Bahrein por 5 a 1 na última sexta-feira em Arad, no último amistoso da equipe antes da viagem a Doha.
Já Mitrovic, estrela do Fulham da Inglaterra, marcou nove gols em 12 jogos do Campeonato Inglês e treinou normalmente nesta segunda-feira.
– Ataque sérvio no radar –
Respaldada por analistas de vídeo, a comissão técnica de Tite já tem no radar a perigosa dupla ofensiva da Sérvia. Além disso, o Brasil os conhece desde a Copa de 2018, na Rússia: venceu por 2×0 o terceiro jogo do Grupo E, com Mitrovic em campo, resultado que eliminou os europeus.
“A gente estuda bastante os adversários e se prepara para tudo. Temos que entrar bastante atentos com esses jogadores. Na Copa do Mundo quem erra menos acaba sendo vitorioso”, afirmou o zagueiro Éder Militão, do Real Madrid.
A análise minuciosa dos adversários é um ‘plus’ para a defesa brasileira, que sofreu apenas cinco gols em 17 jogos pelas Eliminatórias Sul-Americanas, onde enfrentou nomes de destaque como o argentino Lionel Messi, os uruguaios Luis Suárez e Edinson Cavani, o Colombiano Luis Díaz, o peruano Paolo Guerrero e o chileno Alexis Sánchez.
Entre eles, Suárez foi o único a balançar as redes contra a Seleção, na vitória brasileira sobre o Uruguai por 4×1 em outubro do ano passado, em Manaus. “Não estamos ameaçando ninguém, mas temos o direito de sermos otimistas”, disse o goleiro sérvio Vanja Milinkovic-Savic.
– Outras ameaças –
Ao longo de sua carreira como treinador, Tite, de 61 anos, se esforçou para que suas equipes tivessem equilíbrio.
No caminho até o Catar, ele conseguiu isso ao contar com três goleiros de alto nível (Alisson, Ederson e Weverton), zagueiros com perfil de liderança como Marquinhos e Thiago Silva, e lateais como Alex Sandro e Danilo, de menos brilho mas competentes.
Os jogadores da defesa têm o apoio do volante Casemiro no meio, além de pontas que se sacrificam na hora de marcar. Mas por enquanto, os nomes que vão começar como titulares na estreia do Brasil são uma incógnita.
“Ainda não (sabemos os titulares), eu também estou curioso como todos”, disse no domingo Alex Sandro entre risos. “Como o professor tem confiança em todos os jogadores, ele está mudando a toda hora. Acho que isso é também uma força da Seleção Brasileira”.
Mesmo sem saber a escalação, os jogadores brasileiros advertem que há outros nomes para se preocupar no duelo com os sérvios, que mandaram para repescagem europeia a seleção portuguesa de Cristiano Ronaldo.
O ex-Real Madrid Luka Jovic (Fiorentina/ITA) e Dusan Tadic (Ajax/HOL), autor de dois gols contra o Bahrein, também estão na mira da defesa do Brasil, que no Grupo G também enfrentará Suíça e Camarões.
“A gente não pode pensar que são um ou dois jogadores que podem definir, são um grupo copeiro”, advertiu Bremer.
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Fonte: Folha PE
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