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Defensorias do RS e da Bahia repudiam xenofobia de vereador de Caxias

As Defensorias Públicas do Rio Grande do Sul e da Bahia publicaram nota de repúdio conjunta contra as declarações do vereador Sandro Fantinel (Patriotas), da cidade de Caxias do Sul, e que foram feitas em plenário da Câmara Municipal nessa terça-feira (28). De acordo com o Ministério Público dos dois Estados, o vereador injuriou e difamou várias pessoas e envergonhou a Câmara Legislativa de Caxias do Sul. 

O vereador Sandro Fantinel citava o caso recente, que considerou “exagerado e midiático”, sobre os 207 trabalhadores resgatados em situação semelhante à de escravo em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. A maioria deles era procedente do Estado da Bahia.  

Em sua fala nessa terça-feira (28), o vereador gaúcho deu um “conselho” a produtores e empresários do setor: não contratar mais “aquela gente lá de cima”. O vereador defendeu a contração de argentinos que, segundo Sandro Fantinel, seriam limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão. Fantinel ainda completou dizendo que a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor e, que por isso, na fala do vereador, seria normal que fosse ter esse tipo de problema.

O Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), comentou as declarações no mesmo dia, em redes sociais. Jerônimo Rodrigues afirmou que o vereador do Rio Grande do Sul estava defendendo o trabalho escravo nas vinícolas do estado e ainda foi xenofóbico. Rodrigues também determinou a adoção de medidas cabíveis para que o vereador gaúcho seja responsabilizado pela sua fala.

O Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), considerou o discurso do vereador gaúcho “xenófobo e nojento” e disse que a fala “não representa o povo do Rio Grande do Sul”. Leite também disse que buscará diálogo com autoridades baianas para alinhar ações conjuntas contra o preconceito.

Procurado por nossa reportagem, o vereador de Caxias do Sul informou que a intenção dele era citar casos “forjados”, feitos para ameaçar o produtor gaúcho e pedir indenizações. Sandro Fantinel ainda disse que apagou dos registros da Câmara sua fala sobre os baianos tocarem “tambor na praia” que, segundo ele, está tudo resolvido.

Sobre contratar trabalhadores argentinos, Sandro Fantinel disse que a comparação não era com os trabalhadores baianos. E, em relação à situação dos trabalhadores em Bento Gonçalves, Fantinel disse ser totalmente “contra o ocorrido” e que aquela situação não deve ser feita “nem com animais”.

Fonte: Agência Brasil

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