Depois de um rendimento irregular e de uma vida extracampo conturbada, o Paris Saint-Germain estava pronto para negociar Neymar na última janela de transferências, mas o brasileiro conseguiu se reinventar com um início de temporada em grande fase.
Há menos de um mês, o futuro do atacante era incerto em Paris, e os novos responsáveis pelo futebol do PSG, o diretor Luis Campos e o treinador Christophe Galtier, que desejavam um recomeço para encerrar a era Pochettino, buscavam uma saída para o camisa 10.
Várias lesões, atrasos nos treinamentos e um comprometimento esportivo mínimo: no momento em que o presidente do clube, Nasser Al-Khelaifi, decretou o fim dos excessos, as queixas se acumularam sobre Neymar, que parecia ser o único motivo de todos os insucessos da equipe.
Mas desde então, o brasileiro conseguiu conquistar a todos e agora ninguém se arrepende de sua permanência em Paris.
Embora sua saída tenha sido travada principalmente devido ao seu salário astronômico de 4 milhões de euros mensais, foi em campo que Neymar recuperou seu crédito com a diretoria do PSG.
Com dez gols e sete assistências em nove jogos entre todas as competições, o atacante de 30 anos está levitando, se impondo como o jogador mais efetivo da equipe.
De todo modo, o ex-‘menino da vila’ nunca pensou em deixar Paris de maneira precipitada, ao contrário de seu desejo em 2019. Com contrato renovado desde o ano passado até 2025, Neymar ativou em duas ocasiões uma cláusula que lhe permite estender seu vínculo com o PSG por mais duas temporadas, até 2027.
Além do aspecto financeiro, a perspectiva da Copa do Mundo de 2022, em teoria sua última oportunidade de ser campeão mundial pela Seleção, está ligada ao seu desejo repentino de estabilidade e sua mudança de perfil no aspecto esportivo.
De acordo com o PSG, Neymar retomou os treinamentos em 5 de julho, uma semana antes da data prevista inicialmente. Efetivo, sério e aplicado, aproveitou todas as oportunidades para se manter em forma até a Copa do Catar.
“Há uma conscientização em relação à temporada passada, na qual foi menos efetivo, menos presente”, explica Galtier.
“Ele tem objetivos muito altos e evidentemente esta temporada é singular. Chegou preparado, em forma. Acho que trabalhou bem antes, e junto com meu ‘staff’ decidi colocá-lo nas melhores condições para que seja o mais efetivo possível. Se faz um bom início de temporada, é porque está sério e concentrado em seu trabalho. Já sabia que é um grande jogador, agora descubro que é um grande profissional”, acrescentou o treinador.
O ego da superestrela também foi provocado pelo peso crescente de Kylian Mbappé no PSG. De contrato renovado até 2025, o atacante francês se tornou protagonista no clube, relegando Neymar a um papel secundário. Um movimento sentido pelo brasileiro, que foi contratado em 2017 pelo valor recorde de 220 milhões de euros.
A relação entre os dois jogadores se tornou instável, como visto no jogo contra o Montpellier, quando Neymar tomou a frente de Mbappé para cobrar um pênalti, antes de ‘curtir’ mensagens negativas sobre o francês no Twitter.
O brasileiro também não gostou quando Mbappé preferiu finalizar ao invés de fazer um passe que o deixaria na cara do gol contra a Juventus pela Liga dos Campeões.
“Sempre tivemos uma relação baseada no respeito”, disse o francês. “Houve momentos mais frios, outros mais quentes. Há períodos em que somos os melhores amigos do mundo e outros em que conversamos menos”.
“Quando você tem jogadores de personalidade forte, a vida não é linear, mas o respeito aos interesses do PSG sempre foi mantido”, afirmou Mbappé.
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Fonte: Folha PE
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