- Kathryn Armstrong
- BBC News
Uma importante autoridade de saúde chinesa diz acreditar que o país está enfrentando a primeira de três ondas esperadas de infecções por covid-19 neste inverno.
A China está testemunhando um aumento nos casos desde que as restrições mais severas foram abandonadas no início de dezembro.
Os últimos números oficiais parecem mostrar um número relativamente baixo de novos casos diários da doença.
No entanto, há preocupações de que essas estatísticas estejam subestimadas devido a uma recente redução no programa de testagem.
O governo relatou apenas 2.097 novos casos no domingo (18).
O epidemiologista Wu Zunyou disse acreditar que o pico atual de infecções ocorrerá até meados de janeiro. A seguir, a segunda onda seria desencadeada por viagens em massa no início de 2023, durante as comemorações do Ano Novo Lunar, que começam em 21 de janeiro. Milhões de pessoas costumam viajar nessa época para passar o feriado com a família.
O terceiro aumento de casos ocorreria entre o final de fevereiro e o início de março, quando as pessoas voltam ao trabalho depois do feriado, avalia Wu.
O especialista participou de uma conferência no sábado (17) e afirmou que os níveis atuais de vacinação contra a covid oferecem uma certa proteção contra os surtos e resultaram em uma queda no número de casos graves, relacionados a hospitalizações e mortes.
No geral, a China diz que mais de 90% de sua população foi totalmente vacinada. No entanto, menos da metade das pessoas com mais de 80 anos receberam três doses da vacina. Os idosos são mais propensos a sofrer com os sintomas graves e as complicações da covid.
A China desenvolveu e produziu suas próprias vacinas, que demonstraram ser menos eficazes na proteção de pessoas contra doenças graves e morte pela doença do que os imunizantes de mRNA aplicados em grande parte do mundo.
Os comentários de Wu acontecem logo depois de um respeitável instituto de pesquisa com sede nos Estados Unidos apontar que a China poderia ver mais de um milhão de mortes por covid em 2023, após uma explosão de casos.
Oficialmente, o governo não notifica nenhuma morte por covid desde 7 de dezembro, quando as restrições foram suspensas após protestos em massa contra a política de “Covid Zero”.
No entanto, em Pequim, há relatos anedóticos de mortes relacionadas à covid nas últimas semanas.
Hospitais localizados nesta e em outras cidades lutam para lidar com o aumento de casos, que também afetou fortemente os serviços de correios e de alimentação.
Enquanto isso, Xangai, a maior cidade da China, ordenou que a maioria das escolas faça aulas apenas pela internet.
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