Os números foram apresentados nesta sexta-feira (3), pelo comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, o coronel Rogério Coutinho. Segundo ele, a instituição “se colocou de prontidão” desde o dia 25, quando foram registrados os primeiros deslizamentos de terra e afogamentos, em Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
“Começamos a montar e distribuir as equipes. E, da sexta (27) para o sábado (28), nós iniciamos efetivamente nosso trabalho e aí contamos com toda a nossa força operacional, convocamos os militares que estavam de folga e tivemos apoio de militares do interior do Estado que vieram nos auxiliar”, contou.
Além do suporte de outras corporações, como as Forças Armadas e as polícias, houve, ainda, o reforço de bombeiros vindos de outros estados, que já começaram a voltar para os seus lugares de origem. De acordo com o comandante, muitos deles atuaram em outros desastres ocorridos no País, como as chuvas no sul da Bahia e em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e as tragédias de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.
Outros fatores fundamentais para o resgate das vítimas foram o apoio das próprias comunidades, que ajudavam com informações sobre os locais e as casas atingidas, o uso de máquinas, como as retroescavadeiras, e o uso de cães farejadores, que, em muitos casos, encontraram os corpos. Ao todo, 22 animais participaram das operações. Apenas um deles é de Pernambuco.
“A vantagem do cão é que ele tem um olfato muito apurado e ele consegue, diante de um cenário muito extenso, apontar qual o local onde a vítima possivelmente estava. E isso fazia com que a gente conseguisse centralizar nossas buscas num perímetro bem menor”, explicou Coutinho.
Chuva e dificuldades
Entre as principais dificuldades enfrentadas pelos bombeiros durante os resgates, segundo o coronel Rogério Coutinho, estavam as condições de tempo.
“Foram dias de chuvas torrenciais. Havia o risco de as barreiras continuarem desabando, como realmente aconteceu. Por diversos períodos, tivemos que recuar as nossas equipes para protegê-las de outra tragédia possível. A própria quantidade de chuvas, a lama no local, a visibilidade noturna, isso dificulta o trabalho”, afirmou.
Apesar de as buscas já terem encerrado, depois que a última vítima foi achada, na manhã desta sexta (3), em Camaragibe, o comandante do Corpo de Bombeiros ressaltou que as ações da Operação Inverno continuam até agosto.
“[Diante de] qualquer aviso meteorológico que fuja da normalidade, nós iremos avançar no nosso plano de atuação. E se houver um novo aviso, a população saberá que o Corpo de Bombeiros continua trabalhando”, disse.