O currículo de Pelé tem apenas uma pequenina lacuna. O maior jogador de todos os tempos nunca venceu uma Copa América. Foi artilheiro, eleito melhor jogador do torneio, mas não ficou com a taça. Mas os feitos e tropeços nos gramados argentinos ajudaram a construir a lenda do Rei do Futebol.
Era 1959 e o Brasil foi disputar a competição com praticamente a mesma equipe que havia sido campeã do mundo um ano antes. Era a favorita ao título contra a anfitriã Argentina, renovada depois de não ter conseguido sequer se classificar para a Copa realizada na Suécia.
Pelé tinha apenas 18 anos e vivia ainda uma fase de afirmação. O título mundial havia sido um feito enorme, mas sua construção como Rei do Futebol ganharia um corpo mais definido apenas ao longo da década de 1960. Àquela altura, ainda era um menino no meio de uma seleção brasileira com outras referências maiores, como Nilton Santos, Didi e Garrincha.
Mas ele já despertava muita atenção, como jogador-prodígio. A expectativa se confirmou ao longo da Copa América. Em seis partidas, foram oito gols marcados. A marcação dos adversários já era dura – em um lance no empate com o Peru, Pelé caiu no campo com dores. Foi atendido e a imprensa que acompanhava a partida se amontoou ao redor do brasileiro.
A Copa América daquele ano foi disputada por sete seleções, em um formato de pontos corridos, turno único. O 2 a 2 com os peruanos pesou para o Brasil não levar o título. Na última rodada, a seleção encarou a Argentina, que segurou o empate em 1 a 1 no Monumental de Núñez, diante de 80 mil pessoas. Os donos da casa terminaram a competição com cinco vitórias e um empate, enquanto o Brasil fechou a campanha com quatro vitórias e dois empates.
Primeira e única Copa América do Rei
Depois do vice-campeonato na Argentina, Pelé não jogou mais a Copa América – ou o Sul-Americano, como a competição era chamada na época. Naquele mesmo ano, uma nova competição aconteceu, e a seleção mandou uma equipe alternativa.
Em 1963 e 1967, a então CBD (Confederação Brasileira de Desportos, precursora da CBF) decidiu não disputar os sul-americanos. O Brasil voltou a competir contra os rivais do continente em 1975, mas Pelé a essa altura já havia se aposentado da seleção.
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Fonte: Folha PE