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Condenada por matar marido, viúva terá que pagar mais de R$ 600 mil em indenizações ao filho

Condenada a 19 anos e 8 meses de prisão pela morte do marido Denirson Paes, em 2018, a farmacêutica Jussara Rodrigues da Silva Paes vai ter que pagar indenização de mais de R$ 600 mil por danos morais e materiais ao filho mais novo, Daniel Paes, de 23 anos.

O valor foi determinado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em sentença divulgada na última quinta-feira (23), pela 33ª Vara Cível da Capital, após Daniel movimentar uma ação contra a mãe.

Do total, R$ 500 mil são por indenização por danos morais e mais R$ 127.382,40 por danos materiais, em parcelas de R$ 3.538,40, além de R$ 12.550 correspondente ao tratamento psicológico e psiquiátrico que o filho precisou passar após a morte do pai Denirson Paes.

Os restos mortais do médico cardiologista foram encontrados no dia 4 de julho de 2018 dentro de uma cacimba da casa onde morava, em um condomínio de luxo na Estrada de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife.

Na época, além da mãe, o filho mais velho do casal, Danilo Paes, também foi acusado de ter participado do assassinato, mas o processo contra ele ainda está em andamento.

Daniel Paes, Denirson Paes, Jussara Paes e Danilo Paes Foto: Reprodução/Facebook

A Justiça considerou, na decisão dessa quinta, que o crime causou em Daniel “sofrimento imensurável, além de desfalque grave na sua vida econômico-financeira”.

“A jurisprudência tem fixado parâmetros como o grau de culpa, o trauma causado, o desestímulo à prática de novos delitos, de forma a se chegar a uma compensação amenizadora, não irrisória e nem exacerbada”, informa a decisão.

O documento alega que o pai de Daniel era médico concursado e que a mãe é farmacêutica também concursada, e que mantinham uma qualidade de vida confortável, com renda familiar significativa.

Relembre o caso


O cadáver do médico cardiologista Denirson Paes foi encontrado em 4 de julho de 2018 dentro de uma cacimba da casa onde morava, no condomínio de luxo Torquato de Castro I, localizado no km 13 da Estrada de Aldeia, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. O desaparecimento do médico vinha sendo investigado desde o início de junho.

Em um Boletim de Ocorrência registrado em 20 de junho sobre o desaparecimento do marido, Jussara Rodrigues alegava que a vítima teria viajado para fora do País e que não teria retornado desde então.

 A delegada Carmem Lúcia, de Camaragibe, desconfiou do envolvimento dos familiares e solicitou um mandado de busca e apreensão no condomínio em que a família morava.

Na busca policial, realizada em 4 de julho, foram encontrados os primeiros restos mortais do médico na cacimba da residência. Para a polícia, havia indícios suficientes da participação de mãe e do filho Danilo na ocultação do corpo de Denirson. Em 5 de julho, Jussara e o filho mais velho foram presos temporariamente suspeitos de ocultação de cadáver.

Danilo foi encaminhado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. Jussara foi levada para a Colônia Penal Feminina do Recife. 

Em 20 de agosto, um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou asfixia por esganadura como a causa da morte do cardiologista. Em dezembro de 2018, Danilo recebeu habeas corpus, obtendo liberdade.

Já em 5 de novembro de 2019, Jussara Rodrigues foi condenada a 19 anos e 8 meses de prisão pelo homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver do marido. A sentença foi proferida pela juíza Marília Falcone.

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