No Palácio do Campo das Princesas, a informação não foi bem digerida. Já era noite desta terça-feira (12) e socialistas repisavam que o lançamento da pré-candidatura da vice-governadora Luciana Santos ao Senado, agendado para ocorrer na próxima segunda-feira (18), em ato na Di Branco Recepções, às 17h30, se dá “à revelia” do núcleo palaciano.
No entorno do governador Paulo Câmara, fontes asseguram que a iniciativa, anunciada nas redes sociais da própria Luciana, via convite divulgado ontem, “não foi combinada”.
À coluna, Luciana, indagada sobre a referida construção, esclarece o seguinte:
“Eles estavam sabendo que meu nome está à disposição, eu coloquei para o governador, coloquei para os jornais. A primeira vez que meu nome foi colocado, foi lá atrás, na reunião da federação”.
A presidente nacional do PCdoB faz referência à primeira reunião virtual, do PT, PSB e PCdoB, sobre o cenário local, realizada ainda em janeiro quando a federação ainda estava no centro do debate.
O PCdoB colocou, naquela ocasião, pela primeira vez, diante dos petistas, o nome da vice-governadora à disposição para concorrer a senadora. A alternativa já havia sido ventilada em diálogos com o PSB anteriormente.
De lá para cá, o PT retirou o nome de Humberto Costa do páreo pelo Governo do Estado e chegou indicar Marília Arraes para o Senado, mas viu a deputada federal se filiar ao Solidariedade.
Assim que isso ocorreu, o nome de Luciana voltou a ser ventilado, nas coxias do PT, como alternativa que poderia ter a benção do partido na chapa da Frente Popular.
No entanto, se há, na sigla, uma ala que não descarta Luciana, por outro lado, ainda se debate internamente se a legenda irá indicar Teresa Leitão ou Carlos Veras para concorrer à Casa Alta.
O movimento recente de Luciana e do PCdoB se deu acompanhado de um manifesto com abaixo-assinado na Internet, visando a propor a discussão de seu nome.
A mobilização do PCdoB envolve reitores, intelectuais, profissionais liberais, que estão se mexendo para que o nome da vice-governadora seja considerado.
No Governo do Estado, a ação “causou espécie”, segundo relatos feitos à coluna. Houve socialistas afirmando o seguinte:
“Uma das coisas que fez com que Paulo Câmara não se desincompatibilizasse para disputar o Senado foi que muita gente dizia que Luciana não era confiável”.
Outra fonte desse conjunto, em reserva, completa: “Esse movimento, agora, confirma”.
Luciana minimiza a reação:
“Não há nada de novo, apenas um ato e uma união de um movimento em torno dessa ideia (de ela concorrer ao Senado)”.
O ato não significa que a pré-candidatura está cravada ou tem aceitação do PSB, é o pontapé para um debate. A conferir.
Fala, Luciana!
Ao recordar a reunião virtual em que seu nome foi apresentado, pela primeira vez, para o Senado, no último dia 27 de janeiro, Luciana Santos realça que coube ao deputado federal Renildo Calheiros informar que ela estava à disposição para a disputa. “Agora, isso só está se desdobrando, não tem nada de novo, só há um movimento, agora, para além dos jornais”, reforça Luciana.
Questão central > Embora não verbalizem em público, há, na Frente Popular, integrantes resistindo ao nome de André de Paula para vaga do Senado. Nas coxias, dizem que, considerando a necessidade de “colar a chapa com Lula”, já basta Danilo Cabral ter votado no impeachment da ex-presidente Dilma. Avaliam que André reforça essa questão, o que pode beneficiar Marília Arraes.
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo
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